Cardeal Ravasi diz que é preciso encontrar um lugar «original» para a presença feminina na Igreja
Cidade do Vaticano, 02 fev 2015 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício da Cultura (CPC), organismo da Santa Sé, considera que a violência sobre as mulheres é uma “barbárie” que continua a manchar o mundo atual.
“Todos os dias há mulheres mortas à face da terra, pelas razões mais absurdas”, disse à Agência ECCLESIA o cardeal Gianfranco Ravasi, em declarações a respeito da próxima assembleia plenária do CPC, dedicada ao tema ‘Culturas femininas: igualdade e diferença’.
O responsável sustenta que as mulheres têm sido sistematicamente excluídas “do jogo da economia, da política, da sociedade”.
O cardeal italiano explicou que a expressão ‘culturas femininas’ se refere à “perspetiva” específica das mulheres e não a uma divisão com a visão “masculina” do mundo.
A assembleia plenária do CPC foi apresentada hoje à imprensa e vai decorrer em Roma, quarta-feira a sábado, procurando responder também a questões sobre o papel das mulheres na Igreja Católica.
D. Gianfranco Ravasi lamenta, a este respeito, que a discussão se centre apenas, por norma, no “sacerdócio feminino”, um debate “clerical” que prejudica o esforço de “encontrar um lugar próprio, original, para as mulheres”, um novo espaço que tem de ser “expressão da maternidade da Igreja”.
A assembleia plenária encerra-se este sábado com uma audiência concedida pelo Papa Francisco aos participantes, pelas 11h30 locais (menos uma em Lisboa).
O CPC anunciou a intenção de criar, após os trabalhos, um organismo permanente de consulta às mulheres.
OC
