Eugénio Fonseca escolhe encíclica «Caridade na Verdade» como património a preservar pelos católicos
Lisboa, 11 fev 2013 (Ecclesia) – Bento XVI mostra um “amor muito grande à Igreja” e um “desapego ao poder temporal e espiritual”, disse hoje o Presidente da Cáritas Portuguesa numa reação à resignação do Papa.
Em declarações à Agência ECCLESIA Eugénio Fonseca afirma que o mundo se encontra numa “viragem” e que a Igreja Católica “tem um papel a desempenhar nesta viragem”, e, talvez por isso, Bento XVI “tenha querido dar esta oportunidade à Igreja deixando ao Espirito Santo a decisão de escolher outro timoneiro para que possa levar a Igreja pelos caminhos desta nova civilização”.
Para o presidente da Cáritas Portuguesa o património que determina o pontificado de Bento XVI é a encíclica «Caridade na Verdade», onde o Papa mostra um “conhecimento muito objetivo do mundo”.
“Que a Igreja a saiba agarrar pois nesta viragem do mundo tem aqui um guião importantíssimo de pensamento e discernimento que o Papa ofereceu”.
Bento XVI deixa ainda um legado de “profundidade e clareza reflexiva” que, assume Eugénio Fonseca, o ajudou a aprofundar e a dar razões da sua fé.
“Com a clareza e profundidade das suas reflexões o Santo Padre, a mim particularmente, contribuiu para aprofundar a minha fé, porque me ajudou a saber dar razões da mesma, quando apontava caminhos para encontrar Deus no concreto da vida e não fugindo dela. Esta dimensão da razão, da inteligência, de olharmos Deus e o vivermos também na dimensão da inteligência, foi um dos grandes ensinamentos do Santo padre”.
Em 2010, no encontro de Bento XVI com os agentes da pastoral social, que decorreu na igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, durante a sua visita a Portugal, Eugénio Fonseca teve oportunidade de cumprimentar o Papa.
“Guardo o ar afável e as palavras de incentivo e confiança do Papa às quais recorro em situações complexas: Bento XVI disse-me que eu tinha uma missão muito rica a desempenhar e uma grande responsabilidade”.
Esta manhã, durante um Consistório público para a promulgação de três novos santos da Igreja Católica, o Papa transmitiu aos membros do colégio cardinalício a sua intenção de abdicar do cargo a partir do dia 28 de fevereiro, abrindo assim caminho para a eleição de um novo Papa.
“Cheguei à conclusão de que as minhas forças, por causa da idade avançada, já não são adequadas para exercer de forma apropriada o ministério petrino”, disse Bento XVI aos seus colaboradores.
LS