Vaticano: Pregador da Casa Pontifícia denunciou situações de «Eis o Homem» hoje

Exclamação de Pilatos aplica-se às vítimas mas também aos agressores

Cidade do Vaticano, 03 abr 2015 (Ecclesia) – O Pregador da Casa Pontifícia refletiu sobre as palavas – Eis o homem – para alertar para os que hoje são vítimas da fome, pobreza, injustiça e exploração, na Celebração da Paixão do Senhor, na Basílica de São Pedro.

“Desses males já se fala muitas vezes, embora nunca o suficiente, e há o risco de se tornarem abstrações, categorias, não pessoas”, assinalou frei Raniero Cantalamessa na cerimónia presidida pelo Papa Francisco.

O franciscano capuchinho desenvolveu e pediu aos presentes que pensassem no “sofrimento dos indivíduos”, das pessoas com nome e identidade “concreta”, nas torturas decididas “a sangue frio e infligidas voluntariamente” por seres humanos contra outros seres humanos, “inclusive crianças”.

O Pregador da Casa Pontifícia alertou para as muitas situações de “Eis o homem” hoje no mundo, prisioneiros na mesma condição de Jesus no pretório de Pilatos: “Sozinhos, algemados, torturados, à mercê de soldados ásperos e cheios de ódio.”

"Não podemos dormir, não podemos deixá-los sós", apelou o religioso que destacou que estes divertem-se a “ver sofrer”.

Neste contexto, explicou que a exclamação "Eis o homem!" “não se aplica” apenas às vítimas mas também aos “carnífices”, querendo dizer como foi “capaz”.

O frei Raniero Cantalamessa assinalou que os cristãos não são as “únicas vítimas da violência homicida” que existe no mundo mas “não se pode ignorar” que em muitos países são vítimas “marcadas e mais frequentes”.

Na homilia da na Celebração da Paixão do Senhor recordou que Jesus disse aos discípulos – "Chegará uma hora em que aqueles que vos matarem julgarão estar honrando a Deus", palavras “nunca” tão atuais como hoje.

“Os mártires perfeitos celebraram a mais esplêndida das festas pascais ao ser admitidos no banquete celeste. Será assim para muitos cristãos também na Páscoa de 2015, depois de Cristo”, desenvolveu esta tarde na Basílica de São Pedro.

Para o sacerdote os “verdadeiros mártires de Cristo” não morrem com os punhos cerrados mas com as mãos juntas e recordando exemplos recentes destacou os 21 cristãos coptas mortos pelo Estado Islâmico na Líbia, a 22 de fevereiro deste ano.

RV/CB

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Agência ECCLESIA

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