D. Joaquim Mendes refere ambiente de escuta que marca os trabalhos sinodais, que iniciaram com a comunicação de uma leiga
Cidade do Vaticano, 04 out 2018 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família disse hoje à Agência ECCLESIA que o português é uma das seis línguas oficiais do Sínodo dos Bispos e referiu que a “escuta” é uma palavra chave do decorrer dos trabalhos.
D. Joaquim Mendes referiu que, quer nas intervenções durante a reuniões gerais do sínodo, quer nos trabalhos dos círculos menores, por grupos linguísticos, o português é uma das línguas dos participantes na 15ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos.
A valorização da língua portuguesa foi pedida pelos bispos lusófonos à Santa Sé durante o XIII Encontro de Bispos dos Países Lusófonos, que decorreu em Cabo Verde, no mês de abril deste ano.
“Propomos unanimemente que a língua portuguesa, a quinta língua do mundo falada por 260 milhões de pessoas, seja utilizada como língua oficial nas assembleias gerais do Sínodo dos Bispos”, referia o documento conclusivo do Encontro de Bispos Lusófonos.
D. Joaquim Mendes, delegado, com D. António Augusto Azevedo, da Conferência Episcopal Portuguesa ao Sínodo dos Bispos que decorre até ao dia 28 de outubro, no Vaticano, disse que o ambiente vivido é de verdadeira “família eclesial”.
“Na abertura dos trabalhos, o Papa estava no hall de entrada, a receber e a cumprimentar cada participante, e está sempre presente, também nos intervalos, acessível a quem o interpela”, refere o presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família.
Para D. Joaquim Mendes, é relevante a participação de 34 jovens de diferentes áreas geográfica como “expressão das Igrejas locais”, confirmada pelo facto da primeira intervenção na aula sinodal ter sido de uma jovem norte-americana, cuja intervenção foi publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
O bispo português disse que durante a manhã do segundo dia dos trabalhos sinodais foram feitas 23 intervenções e 20 de tarde, cada uma com 4 minutos, a que seguiram 15 intervenções livres, de 3 minutos cada, sendo uma delas do Papa Francisco
D. Joaquim Mendes recordou as palavras do Papa, centradas na escuta – sustentando que, para a Igreja Católica, escutar “é um problema teológico, não um problema pedagógico” – , na empatia, que encurta distâncias, e no descarte, na rejeição.
O delegado da CEP referiu referiu também que, por proposta do Papa, os delegados sinodais fazem três minutos de silêncio após cada cinco intervenções, para “interiorizar as várias propostas”.
“Vive-se um ambiente de fé, eclesial e de verdadeira comunhão e unidade”, sustentou.
“Há uma determinação por uma conversão pastoral e missionária para uma Igreja em que os jovens se sintam em casa. As palavras casa e família são chaves para esta conversão pastoral”, sublinhou D. Joaquim Mendes.
A 15ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos decorre no Vaticano entre os dias 3 e 28 de outubro, tem por tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’ e reúne 267 representantes dos episcopados católicos, além de especialistas e convidados, entre eles 34 jovens, com idades dos 18 aos 29 anos.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) está representada pelos presidentes das Comissões que acompanham Pastoral Juvenil e Vocações: D. Joaquim Mendes – bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família – e D. António Augusto Azevedo – bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.
OC/PR