Vaticano/Portugal: Paulo Portas diz que novo cardeal é uma «honra»

Ministro dos Negócios Estrangeiros destaca percurso de D. Manuel Monteiro de Castro ao serviço da «reconciliação e da paz»

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Roma, 17 fev 2012 (Ecclesia) – O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, disse hoje em Roma que a criação de um terceiro cardeal português é uma “honra” para o país, justificando a sua presença no Vaticano.

“Para Portugal, trata-se evidentemente de uma honra esse facto singular de, no Consistório de amanhã, um dos purpurados ser de nacionalidade portuguesa, D. Manuel Monteiro de Castro”, disse o representante do Governo, durante uma receção em honra do novo cardeal que decorreu na embaixada portuguesa junto da Santa Sé, situada na capital italiana.

Segundo Paulo Portas, “é por isso que o Estado português” se faz representar na cerimónia de criação de 22 cardeais a que Bento XVI vai presidir, na Basílica de São Pedro, Vaticano.

O líder da diplomacia de Portugal considera que a existência de três cardeais do país é “uma medida” para aferir “o valor da Igreja portuguesa”.

Natural de Santa Eufémia de Prazins, Guimarães, onde nasceu a 29 de março de 1938, D. Manuel Monteiro de Castro foi ordenado padre em 1961 e bispo em 1985.

O novo cardeal português tem uma longa experiência diplomática ao serviço da Santa Sé, que o fez passar, entre outros países, pelo Panamá, Guatemala, Vietname, Austrália, México, Bélgica, Trindade e Tobago, El Salvador, Honduras, África do Sul e Espanha, onde permaneceu entre 2000 e 2009; foi também observador permanente do Vaticano na Organização Mundial do Turismo.

Paulo Portas prestou homenagem a D. Manuel Monteiro de Castro, considerando que foi “um homem que, ao longo de toda a sua vida, desempenhou missões muito difíceis, em lugares muito sensíveis, onde os valores da paz e da reconciliação foram sempre determinantes na sua ação”.

O ministro sublinhou ainda as relações de “oito séculos” entre Portugal e a Santa Sé, diretamente ligada à fundação da nacionalidade, que vê agora personificada “num português de Guimarães” que soube levar a paz “onde às vezes ela não existia e a reconciliação era muito difícil”.

“Neste Consistório importante, em que a Igreja portuguesa é valorizada e passamos a ter um terceiro cardeal, português e diplomata, nós queremos saber honrar, significar e saudar esse facto e essa circunstância”, concluiu.

Paulo Portas vai marcar presença na celebração deste sábado, sendo posteriormente recebido pelo secretário do Vaticano para as relações com os Estados.

D. Manuel Monteiro de Castro rumou à Santa Sé em julho de 2009, quando assumiu o cargo de secretário da Congregação para os Bispos, tendo sido posteriormente nomeado secretário do Colégio Cardinalício, antes de, em janeiro deste ano, passar a ser o responsável máximo pela Penitenciaria Apostólica, tribunal que remonta ao século XIII.

Na receção desta noite estiveram presentes três cardeais, incluindo D. José Policarpo, patriarca de Lisboa; D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, e membros do clero português em Roma; diplomatas europeus e latino-americanos, bem como familiares e amigos vindos da terra natal do novo cardeal português.

A embaixada portuguesa mantém a tradição de receber os cardeais com velas acesas, empunhadas pelos empregados da representação diplomática.

OC

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