Cidade do Vaticano, 15 mar 2013 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano disse hoje que é necessária “paciência” para que as relações entre a China e a Santa Sé possam melhorar.
“É preciso ter muita paciência e estar muito atento para ver como evolui a situação. Qualquer avaliação apressada é desajustada”, referiu o padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa.
A China felicitou o Papa Francisco pela sua eleição, na quarta-feira, e exortou o Vaticano a tomar “medidas práticas e flexíveis” para melhorar as relações com Pequim.
“Esperamos que, com a liderança de um novo Papa, o Vaticano crie condições para melhorar as relações com a China e remova gradualmente os obstáculos ao estabelecimento de relações”, disse a porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.
A Santa Sé revelou no último mês de outubro a intenção de reforçar o diálogo com a China, criando uma “comissão permanente” para esse fim, e espera que o regime de Pequim responda à carta enviada por Bento XVI em 2007 ao país asiático.
Nessa missiva, o agora Papa emérito referia-se a “um controlo indevido, exercido sobre a vida da Igreja”.
Para o restabelecimento de relações diplomáticas, a China exige que o Vaticano deixe de reconhecer Taiwan como país independente e aceite também a nomeação dos bispos chineses por parte da Associação Patriótica Católica (APC), controlada por Pequim.
Esta organização do regime foi criada em 1957 para evitar interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.
O Vaticano considera ‘ilegítimos’ os bispos que receberam jurisdição da APC, sem autorização do Papa.
OC