Padre Federico Lombardi considera «gravíssima» a criação de novas suspeitas nesta matéria
Cidade do Vaticano, 23 jul 2012 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano criticou hoje uma notícia sobre o alegado envolvimento de três colaboradores de Bento XVI no caso de fuga de informação e de documentos do Papa, com divulgação pública de dados reservados.
O padre Federico Lombardi diz que a acusação de “cumplicidade” das pessoas referidas no artigo do jornal italiano ‘La Reppublica’ é de “extrema gravidade” e refere que são citadas intervenções que foram “repetida e publicamente” desmentidas.
“Considero gravíssimo lançar tais suspeitas sobre pessoas que merecem respeito, que desenvolveram com empenho muitos anos de serviço totalmente dedicado à pessoa do Santo Padre”, acrescenta.
Este responsável emitiu um comunicado em resposta ao artigo do ‘La Reppublica’ sobre o ‘Vatileaks’ que envolvia no caso três pessoas: Ingrid Stampa, governanta do Papa; o cardeal italiano D. Paolo Sardi, de 77 anos, antigo vice-camerlengo da Câmara Apostólica; e o bispo alemão D. Josef Clemens, de 65 anos, secretário do Conselho Pontifício para os Leigos desde 2003.
Em causa, assinala o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, estão “argumentos que não são pertinentes, interpretados de forma não fundamentada”.
Para o padre Lombardi, a apresentação como “cúmplices” de três pessoas “dignas de estima e de respeito parece exceder todos os limites”.
O Vaticano tinha revelado este sábado que a única pessoa sob investigação é o ex-mordomo de Bento XVI, Paolo Gabriele, detido a 23 de maio após ter sido acusado de “furto agravado” de documentos pertencentes ao Papa.
Segundo o porta-voz, a peça publicada esta segunda-feira pelo diário italiano limita-se a repetir “um artigo assinado por Paul Badde, publicado no Die Welt online há uma semana (15 de julho), sem acrescentar praticamente nada”.
O padre Lombardi realçou que a imprensa germânica não retomara esta informação porque “tinha justamente reconhecido a sua evidente parcialidade e a grave responsabilidade de indicar algumas pessoas como corresponsáveis sem argumentos objetivos”.
“Já repeti por várias vezes que o facto de ser ouvido por uma comissão no decorrer das suas investigações não significa, de forma alguma, ser suspeito”, sublinhou o sacerdote jesuíta.
O porta-voz do Vaticano destaca, por outro lado, que todas as pessoas em causa desempenham ou desempenharam normalmente as suas funções.
“Num tema complexo e delicado como este, parece-me que os leitores de um dos jornais italianos com mais tiragem mereceriam um outro respeito pelo que é correto e pela deontologia da informação”, conclui.
OC