Bento XVI acompanha sucessão com «muita atenção» sem prever presença no início do novo pontificado
Cidade do Vaticano, 13 mar 2013 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano disse hoje ser “normal” que as primeiras votações do Conclave que se iniciou na terça-feira tenham resultado em fumo negro, sem acordo entre os 115 cardeais presentes.
“Era isso, mais ou menos, o que esperávamos”, disse o padre Federico Lombardi, diretor da sala de imprensa da Santa Sé.
Este responsável falava após três escrutínios que não deram lugar à eleição, com duas emissões de fumo negro da chaminé colocada sobre a Capela Sistina, na tarde de terça-feira e esta manhã.
O porta-voz do Vaticano insistiu na ideia de que o resultado é “muito normal” e decorre do necessário “processo de discernimento dos cardeais”.
“As pessoas sabiam bem que vinham ver o evento, mas não esperavam fumo branco”, declarou o sacerdote italiano, admitindo que não esperava a presença de tanta gente na Praça de São Pedro nestes primeiros escrutínios.
O padre Lombardi adiantou, por outro lado, que o secretário particular de Bento XVI, D. Georg Gaenswein, revelou que o Papa emérito “segue com muita atenção, com participação espiritual, os acontecimentos” destes dias em que o seu sucessor vai ser eleito.
A Santa Sé referiu também que o Papa alemão “não pensa estar presente” na missa de inauguração do novo pontificado e admitiu que o dia 19, festa litúrgica de São José, pode ser uma “boa hipótese” para a celebração.
O diretor da sala de imprensa falou num momento “significativo para toda a humanidade” e um “momento histórico para a Igreja”, dirigindo-se a centenas de jornalistas presentes no ‘media center’ instalado por estes dias no Vaticano.
“Respiramos um clima muito sereno, muito alegre”, prosseguiu, ao comentar a “emoção” e “expectativa” que se sentem na Praça de São Pedro.
O padre Lombardi prevê uma “experiência belíssima” quando tiver lugar a eleição do novo Papa, “donde quer que venha”.
O porta-voz do Vaticano repetiu a informação divulgada esta terça-feira sobre a produção dos fumos que saem da chaminé da Capela Sistina, produzidos num equipamento eletrónico através da mistura de clorato de potássio, lactose e resina (branco) ou de perclorato de potássio (usado em fogo de artifício), antraceno (hidrocarboneto aromático) e enxofre
“Tudo correu normalmente” e os cardeais estão “de bom humor”, acrescentou.
O sacerdote jesuíta destacou que o Conclave “não é um procedimento apressado” e é marcado por “grande atenção e responsabilidade”.
Cada cardeal, precisou, “aproxima-se lentamente do altar”, com o seu voto “bem visível”, e procede a um juramento.
Os jornalistas puderam ver um dos boletins de voto, retangular, de 12×14 centímetros, que tem impressas as palavras ‘eligo in summum pontificem’ (elejo como sumo pontífice) e um espaço em branco para ser preenchido secretamente.
O responsável pelas relações do Vaticano com a imprensa declarou que durante estes dias os cardeais são livres para “falar” entre si e encontrar-se, acrescentando, em resposta aos jornalistas, que os eleitores do novo Papa podem fumar, desde que não o façam em “espaços públicos” durante os dias em que estão proibidos de contactos com o exterior.
OC
Notícia atualizada às 12h55