Leão XIV visita Turquia e Líbano na sua primeira viagem apostólica, com foco no ecumenismo e na paz
Cidade do Vaticano, 25 nov 2025 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano apresentou hoje a primeira viagem apostólica de Leão XIV, que se inicia esta quinta-feira, classificando a deslocação à Turquia e ao Líbano como um périplo “desafiante”, marcado pela comemoração dos 1700 anos do Concílio de Niceia e pela urgência da paz.
Matteo Bruni afastou receios com a segurança do Papa, particularmente após recentes ataques israelitas no sul do Líbano, referindo aos jornalistas que “foram tomadas todas as precauções consideradas necessárias”.
A visita prevê deslocações em carro aberto em ambos os países e Leão XIV vai proferir as suas várias intervenções em inglês.
De 27 de novembro a 2 de dezembro, o Papa visita Ancara, Istambul e Beirute, com uma paragem histórica em Iznik (antiga Niceia).
“Há uma dimensão antes de tudo ecuménica nesta viagem”, afirmou Matteo Bruni em conferência de imprensa, sublinhando a proximidade com as comunidades cristãs que “se reconhecem” no Credo daquele Concílio, de 325.
O ponto alto da dimensão ecuménica será a celebração de sexta-feira em Iznik, onde Leão XIV e o patriarca ecuménico Bartolomeu (Igreja Ortodoxa) participam numa procissão e oração junto às ruínas da Basílica de São Neófito.
No Líbano, o Papa rezará no porto de Beirute, local da explosão de 2020, e terá um encontro com os jovens em Bkerké.
“Muitas perguntas sobre o futuro” serão dirigidas ao Papa por uma juventude que vive “numa época de fracasso no mundo dos adultos”, explicou Bruni.
A agenda inclui também uma dimensão inter-religiosa, com visitas à Mesquita Azul, em Istambul, e encontros com a Presidência dos Assuntos Religiosos (Diyanet) na Turquia, bem como com líderes muçulmanos e drusos no Líbano.
Leão XIV segue os passos dos seus antecessores e cumpre o desejo do Papa Francisco de estar presente no aniversário de Niceia.
“Ele herdou estas promessas, fez delas suas”, referiu o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.
A primeira etapa da viagem, de 27 a 30 de novembro, leva o Papa à Turquia, um país onde a comunidade católica é uma minoria, representando apenas 0,04% da população (cerca de 33 mil católicos num universo de 85,8 milhões de habitantes).
O logótipo da visita à Turquia destaca o mote “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo”, com o desenho do Ponte dos Dardanelos a simbolizar a união entre a Ásia e a Europa.
No domingo, 30 de novembro, o Papa segue para o Líbano, país com mais de 2 milhões de católicos (cerca de 45% da população) e uma estrutura eclesiástica composta por 24 circunscrições e mais de mil paróquias.
Sob o lema “Bem-aventurados os obreiros da paz”, esta etapa visa manifestar solidariedade à população libanesa e encorajar a reconciliação num contexto regional complexo.
Francisco visitou a Turquia em 2014 e Bento XVI esteve no país em 2006, seguindo os passos de Paulo VI, em 1964, e João Paulo II, em 1979.
Três Papas visitaram o Líbano, na época contemporânea: Paulo VI, em 1964; João Paulo II, em 1997; e Bento XVI, em 2012.
OC