Vaticano: Poema português para o Papa

José Tolentino Mendonça apresentou texto inédito a Bento XVI, que inaugurou exposição que celebra o seu 60.º aniversário de ordenação sacerdotal

Cidade do Vaticano, 04 jul 2011 (Ecclesia) – O padre e poeta madeirense José Tolentino Mendonça apresentou hoje pessoalmente a Bento XVI um poema inédito, ‘O Mistério está todo na infância’, que integra a exposição em honra do Papa, pelo 60.º aniversário da sua ordenação sacerdotal.

Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, e o Papa alemão conversaram durante alguns segundos, à imagem do que aconteceu com os artistas que integram esta mostra comemorativa, intitulada ‘O esplendor da verdade, a beleza da caridade’.

“Portugal saúda-o, Santidade”, disse o sacerdote, que foi apresentado pelo cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura (CPC), como um dos “maiores poetas portugueses”.

O Papa teceu um breve comentário sobre o poema [‘Tutto il mistero risiede nell’infanzia’, na tradução italiana de Manuele Masini], sublinhando a “excelência” do mesmo.

“O mistério está todo na infância: /é preciso que o homem siga/ o que há de mais luminoso /à maneira da criança futura”, pode ler-se, no início do poema, em português, com tradução italiana anexada no local onde está exposto.

[[v,d,2187,Papa inaugurou exposição que celebra o seu 60.º aniversário de ordenação sacerdotal]]Bento XVI pronunciou o discurso inaugural da mostra, promovida pelo CPC, sublinhando as “expressões dos vários ambientes artísticos” ali representados: “Pintura, escultura, arquitetura, joalharia, fotografia, cinema, música, literatura e poesia”.

Entre os convidados para a mostra encontram-se Santiago Calatrava, Ennio Morricone, Oscar Niemeyer, Arvo Pärt, Renzo Piano e Marc Rupnik.

“Para mim é uma grande alegria encontrá-los e receber essa homenagem criativa e multiforme por ocasião de meus 60 anos de sacerdócio”, disse o Papa.

Segundo Bento XVI, o encontro entre a Igreja e os artistas pode gerar “um colóquio para oferecer às culturas contemporâneas um exemplo de diálogo fecundo e eficaz, orientado a tornar este mundo mais humano e mais belo”.

Neste contexto, foi recordado o encontro do Papa com o mundo da arte e da cultura a 21 de novembro de 2009, na Capela Sistina, Vaticano, considerado como “uma nova etapa do percurso de amizade de diálogo”, a que se segue, agora, esta exposição com 60 artistas mundiais.

“É da união, queria dizer da sinfonia, da perfeita harmonia de verdade e caridade que emana a autêntica beleza, capaz de suscitar admiração, deslumbramento e alegria autêntica no coração dos homens”, indicou Bento XVI.

A mostra comemorativa, intitulada ‘O esplendor da verdade, a beleza da caridade’, na Cidade do Vaticano (átrio da sala Paulo VI), vai estar aberta ao público entre 5 de julho e 4 de setembro, de segunda a sábado, entre as 10h00 e as 19h00.

Bento XVI foi ordenado sacerdote na catedral de Frisinga, Alemanha, pelo cardeal Michael von Faulhaber, a 29 de junho de 1951.

OC

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Agência ECCLESIA

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