Vaticano: «Podemos sempre recomeçar», diz o Papa

Francisco apresenta Jesus como antídoto para a «deceção», quando tudo parece correr mal na vida

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 06 fev 2022 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a fé em Jesus permite “recomeçar” sempre, apresentando-a como antídoto para a “deceção”, quando tudo parece correr mal na vida.

“Sempre – na vida pessoal, como na da Igreja e da sociedade -, há algo belo e corajoso que pode ser feito. Sempre. Podemos sempre recomeçar, o Senhor convida-nos sempre a colocar-nos em jogo, porque Ele abre novas possibilidades. Portanto, aceitemos o convite: afastemos o pessimismo e a desconfiança e zarpemos com Jesus”, referiu, antes da oração do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício.

Perante centenas de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa comentou a passagem do Evangelho que é lida nas celebrações dominicais em todo o mundo, relatando o encontro entre Jesus e Pedro, que é convidado a fazer-se ao largo e a lançar de novo as redes (cf. Lc 5, 1-4), após uma noite de pesca sem resultados.

“Todos os dias o barco da nossa vida sai das margens da casa para entrar no mar das atividades quotidianas; todos os dias tentamos ‘pescar no mar’, cultivar sonhos, realizar projetos, experimentar o amor nos nossos relacionamentos”, referiu Francisco.

O Papa destacou que, muitas vezes, esse esforço resulta numa “noite das redes vazias”, a deceção de “trabalhar muito e não ver os resultados desejados”.

“Quantas vezes nós também ficamos com uma sensação de derrota, enquanto a deceção e a amargura nascem nos nossos corações”, indicou.

A intervenção deixou o convite, a todos os católicos, para que sigam o exemplo de Pedro, discípulo de Jesus, e o deixem “entrar no seu barco”.

“De lá, Ele quer anunciar o Evangelho. Precisamente aquele barco vazio, símbolo da nossa incapacidade, torna-se a cadeira de Jesus, o púlpito de onde proclama a Palavra”, declarou.

É isso que o Senhor gosta de fazer, é o Senhor das surpresas, dos milagres nas surpresas: entrar no barco da nossa vida quando não temos nada para lhe oferecer; entrar nos nossos vazios e preenche-os com a sua presença; usar a nossa pobreza para anunciar a sua riqueza, as nossas misérias para proclamar a sua misericórdia”.

O Papa sublinhou que, para receber Jesus, basta um “pobre barco”, desde que haja vontade interior de o acolher.

“Ele é o Deus da proximidade, da compaixão, da ternura: não procura o perfeccionismo, mas o acolhimento”, precisou.

OC

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Agência ECCLESIA

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