Vaticano pede fim de práticas discriminatórias contra as mulheres

Realiza-se na sede da ONU, em Nova Iorque, a 52ª sessão da comissão das Nações Unidas sobre o estatuto das mulheres. Representando a Santa Sé interveio ontem o arcebispo Celestino Migliore, que falou das iniciativas que devem ser promovidas a favor das mulheres. O arcebispo afirma que, na última década, aumentou o envolvimento da mulher em todos os âmbitos de decisão, especialmente no campo económico. “A presença da mulher é indispensável para que suas exigências sejam levadas em consideração”, defendeu D. Migliore. Sobre os Objectivos do Milénio, o arcebispo recordou que o acesso à educação em todos os níveis é o núcleo para o seu desenvolvimento. Neste trabalho de promover a educação, a Santa Sé permanece comprometida para oferecer educação a jovens e crianças. Em muitas partes do mundo, a presença feminina em instituições católicas de educação é predominante. Todavia, D. Migliore advertiu que o acesso à educação não pode ser um trabalho isolado: “É preciso investir contemporaneamente na eliminação de práticas discriminatórias. É preciso garantir à mulher iguais oportunidades, iguais salários, justas promoções de carreira, igual acesso à saúde e direitos familiares. Uma atenção prioritária deve ser dada a programas de assistência para mulheres necessitadas, em especial para vítimas de abusos sexuais e físicos”. Contudo, a presença cada vez mais assídua da mulher no campo profissional comportou novas mudanças, como a exploração e o tráfico de mulheres para fins económicos e sexuais. Além disso, o crescente número de mulheres trabalhando fora do lar obriga os governos a varar leis, implementar programas e reforçar medidas para proteger a mulher de “predadores sem escrúpulos e condições subumanas e degradantes de trabalho”. Muitas vezes, afirmou o arcebispo, o trabalho da mulher dentro da família, como esposa e mãe, não é reconhecido e estimado. A mulher, portanto, enfrenta um duplo desafio: criar os filhos e conquistar sua independência económica. Certamente, recordou D. Migliore, os homens têm que assumir as suas responsabilidades em casa e na família. Por fim, a Santa Sé pede aos governos, à sociedade civil e a organizações religiosas que trabalhem juntos para encontrar meios criativos para promover o pleno acesso da mulher a programas de desenvolvimento. Iniciativas, como o microcrédito, demonstram o potencial da mulher em encontrar soluções criativas e inovadoras no campo económico. (Com Rádio Vaticano)

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