Cardeal Montini vai ser o quarto pontífice do século XX a ser canonizado
Cidade do Vaticano, 05 ago 2018 (Ecclesia) – Paulo VI (1897-1978), o primeiro Papa a visitar Fátima, em 1967, faleceu há 40 anos, a 6 de agosto de 1978.
Giovanni Battista Montini nasceu em Concesio, Bréscia, na região italiana da Lombardia, e foi ordenado padre ainda antes de completar 23 anos, em 1920, tendo feito doutoramentos em filosofia, direito civil e direito canónico.
Como padre, esteve ao serviço diplomático da Santa Sé e da pastoral universitária italiana, tendo vivido a II Guerra Mundial no Vaticano, onde se ocupou da ajuda aos refugiados e aos judeus.
Após o conflito, colaborou na fundação da Associação Católica de Trabalhadores Italianos, antes de ser nomeado arcebispo de Milão, em 1954; São João XXIII criou-o cardeal em 1958 e participou nos trabalhos preparatórios do Concílio Vaticano II.
A 21 de junho de 1963, foi eleito Papa, escolhendo o nome de Paulo VI, e concluiu os trabalhos do Concílio “entre várias dificuldades, estimulando a abertura da Igreja ao mundo e o respeito pela tradição”.
O futuro santo escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968), sobre a regulação da natalidade, e a ‘Populorum progressio’ (1967), sobre o desenvolvimento dos povos, tendo instituído o Sínodo dos Bispos e o Dia Mundial da Paz.
Paulo VI vai ser canonizado a 14 de outubro no Vaticano, tornando-se assim no quarto pontífice do século XX a ser canonizado, depois de Pio X, João XXIII e João Paulo II.
O pontífice que liderou a Igreja Católica entre 1963 e 1978, período em que encerrou o Concílio Vaticano II, foi beatificado pelo Papa Francisco a 19 de outubro de 2014.
O futuro santo foi o primeiro Papa a fazer viagens internacionais, entre as quais a referida visita a Fátima, a 13 de maio de 1967.
A biografia divulgada pelo Vaticano aquando da beatificação referia que Paulo VI “sofreu muito por causa das crises que afetaram repetidamente o corpo da Igreja”, durante a sua vida, tendo respondido com “uma corajosa transmissão da fé, garantindo a solidez doutrinal num período de mudanças ideológicas”.
“Manifestou uma grande capacidade de mediação em todos os campos, foi prudente nas decisões, tenaz na afirmação dos princípios, compreensivo com as fraquezas humanas”, acrescentava o texto.
“Há 40 anos, o Beato Papa Paulo VI estava a viver as suas últimas horas nesta terra. Morreu, efetivamente, na noite de 6 de agosto de 1978. Recordemo-lo com muita veneração e gratidão, à espera da sua canonização, no próximo dia 14 de outubro. Que do Céu interceda pela Igreja, que tanto amou, e pela paz no mundo. Saudemos este grande Papa da modernidade com um aplauso, todos”, disse o Papa Francisco, este domingo.
OC