Francisco regressa a Santa Marta em «convalescença» e com agenda limitada nos próximos meses
RRoma, 22 mar 2025 (Ecclesia) – O cirurgião Sergio Alfari, que coordena a equipa que trata o Papa no Hospital Gemelli, anunciou hoje que o Papa vai ter alta este domingo.
“A boa notícia, que acho que todos esperam, é que amanhã o Santo Padre vai ter alta. Vai ter alta. Amanhã, o Santo Padre vai voltar a Santa Marta”, disse aos jornalistas, em conferência de imprensa.
Um mês depois após o primeiro encontro com a imprensa, o médico italiano, que operou Francisco em junho de 2023, passou em revista a evolução do estado clínico nas últimas seis semanas de internamento.
Francisco está internado no Gemelli desde 14 de fevereiro, tendo sido diagnosticado com uma infeção polimicrobiana das vias respiratórias, que se agravou para uma pneumonia bilateral.
Sergio Alfari explicou que, nesta hospitalização, houve dois episódios críticos, em que o Papa correu “perigo de vida”, mas nunca foi entubado.
A alta decorre em “condições clínicas estáveis”, que assim se mantêm pelo menos há duas semanas, mas Francisco vai fazer medicação oral durante “muito tempo”.
O médico explicou que o Papa deixa o hospital sem “pneumonia bilateral”, ainda que vá precisar de tempo para eliminar completamente todas as infeções polimicrobianas.
“É muito importante seguir a recomendação de um período de descanso, em convalescença, de pelo menos dois meses”, declarou Alfari.
A alta acontece por decisão dos médicos, tendo o cirurgião admitido que o Papa estava com vontade de voltar a casa, ao sentir melhorias, nos últimos dias.
“O hospital, mesmo que pareça estranho dizê-lo, é o pior lugar para se estar em convalescença, porque é o lugar onde se apanham mais infeções”, observou o médico.
Sergio Alfari admitiu que o Papa “deve ter perdido peso”, mas desvalorizou esse facto.
O coordenador da equipa médica foi questionado sobre a necessidade que o Papa poderá ter de “reaprender a falar”, assinalando que, após os recentes problemas respiratórios, “vai ser preciso tempo para que a voz volte a ser como antes”.
“Foi um paciente exemplar”, referiu Alfieri, acrescentando que quando foi retirado o prognóstico reservado, a 10 de março, a equipa médica estava “confiante”.
Imediatamente não poderá retomar a sua atividade, reuniões com grupos de pessoas ou compromissos importantes que, provavelmente, poderá realizar quando tiver completado a convalescença prescrita e se se registarem as melhorias clínicas esperadas”.
Sergio Alfari estava acompanhado, na conferência de imprensa, pelo médico Luigi Carbone, que segue o Papa na Casa de Santa Marta, onde Francisco reside.
“Preparamo-nos para o receber em casa”, disse, indicando que vai precisar de oxigénio, “como todos os doentes que recebem alta por pneumonia”, prosseguindo a fisioterapia respiratória e motora.
Luigi Carbone, médico que acompanha Francisco sob a supervisão de Massimiliano Strapetti, enfermeiro e assistente pessoal do Papa, no Vaticano, reforçou a ideia de que se trata de uma alta em “convalescença”, desaconselhando grandes encontros ou esforços.
“Esperemos que em breve possa recuperar a sua atividade normal”, acrescentou.
Carbone falou em melhorias “rápidas” na última semana e admitiu que Francisco “está muito feliz”.
“Ele ficou encantado, acho que já andava a perguntar-nos há 3 ou 4 dias quando é que ia para casa”, gracejou.
O encontro com os jornalistas foi aberto pelo porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni,
“O Papa nunca cessou, durante este período, o seu trabalho, a sua atividade”, indicou o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, confirmando que Francisco vai fazer uma saudação, desde a janela do Gemelli, após a recitação do ângelus, este domingo, pelas 12h00 de Roma (11h00 em Lisboa).
Depois, “assim que for possível”, vai voltar a casa.
Questionado sobre a celebração da Páscoa [20 de abril], Bruni indicou que “com base nas melhorias durante este período de convalescença, serão tomadas as decisões mais adequadas”, antes de agradecer aos jornalistas pela “seriedade” do seu trabalho.
OC
Notícia atualizada às 18h08