Celebração decorre na solenidade de São Pedro e São Paulo, a 29 de junho
Cidade do Vaticano, 27 jun 2024 (Ecclesia) – O Papa vai entregar, no próximo sábado, o pálio, insígnia litúrgica de honra e jurisdição, a 42 arcebispos metropolitas dos cinco continentes, incluindo D. Rui Valério, patriarca de Lisboa.
A celebração anual acontece na solenidade de São Pedro e São Paulo, padroeiros de Roma, a 29 de junho.
A Eucaristia, na Basílica de São Pedro, tem início marcado para as 09h30 (menos uma em Lisboa) deste sábado, e inclui uma prece em português, na oração universal, para que “os povos da terra, promovendo a reconciliação e a verdadeira fraternidade, ponham um fim às guerras e respeitem a dignidade de cada pessoa”.
Os pálios, símbolo da comunhão com a Igreja de Roma, ficam desde a noite anterior junto do túmulo do apóstolo Pedro, o primeiro Papa da Igreja Católica, e são transportados durante a celebração para junto de Francisco, que os abençoa e entrega a cada arcebispo, no final da Missa.
Segundo o Missal da celebração, divulgado pelo Vaticano, D. Rui Valério é o terceiro arcebispo a receber o pálio; a lista inclui ainda cinco metropolitas do Brasil.
Após a bênção dos pálios, os metropolitas nomeados nos últimos 12 meses proferem juramento, no qual cada um se compromete a ser “sempre fiel e obediente” ao “bem-aventurado Pedro apóstolo”, à “santa, apostólica Igreja de Roma”, ao Papa e seus “legítimos sucessores”.
Esta insígnia é feita com a lã de cordeiros brancos e simboliza o Bom Pastor que leva nos ombros o cordeiro até dar a sua própria vida, como recordam as cruzes negras bordadas.
Em 2015, Francisco decidiu modificar a celebração de entrega dos pálios aos novos arcebispos metropolitas, deixando de impor esta insígnia no Vaticano, uma tarefa agora confiada aos núncios apostólicos (representantes diplomáticos da Santa Sé).
O pálio é envergado pelos arcebispos metropolitas nas suas dioceses e nas da sua província eclesiástica.
Este sistema administrativo veio da divisão civil do Império Romano, depois da paz de Constantino (313); em Portugal há três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora.
O patriarca de Lisboa anunciou que o pálio lhe vai ser imposto, pelo núncio apostólico, a 21 de julho, no início da Missa de ordenação episcopal dos novos bispos auxiliares.
“O pálio pode ser símbolo da ovelha perdida que o Bom Pastor coloca aos ombros e reconduz aos caminhos do Senhor. Também este gesto será sinal para renovarmos a consciência de que Jesus é o Pastor que conduz a Igreja”, explicou D. Rui Valério, numa carta ao clero e comunidades de Lisboa.
D. Rui Valério foi nomeado como patriarca de Lisboa por Francisco, a 10 de agosto de 2023, sucedendo no cargo a D. Manuel Clemente, que apresentou a sua renúncia ao Papa, após ter atingido o limite de idade (75 anos) determinado pelo Direito Canónico para o exercício do ministério.
Lisboa, onde a presença da Igreja remonta aos primeiros séculos do Cristianismo, foi elevada a metrópole eclesiástica, em 1393; em 1716 o Papa Clemente XI elevou a capela real a basílica patriarcal, ficando a antiga diocese dividida em duas até 1740, ano em que foi reunificada.
CB/OC