Vaticano: Papa vai consagrar Rússia e Ucrânia, em ligação a Fátima (c/vídeo)

Consagração ao Imaculado Coração de Maria vai decorrer a 25 de março, na Basílica de São Pedro e na Capelinha das Aparições

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 15 mar 2022 (Ecclesia) – O Papa vai consagrar a Rússia e Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, em ligação a Fátima, no dia 25 de março, anunciou hoje o Vaticano.

“Na sexta-feira, 25 de março, durante a Celebração da Penitência, a que presidirá às 17h00 [menos uma em Lisboa] na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco consagrará a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria”, informa o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

A nota, enviada à Agência ECCLESIA e divulgada online, adianta que “o mesmo ato, no mesmo dia, será realizado em Fátima por sua eminência o cardeal Krajewski, esmoler de Sua Santidade, como enviado do Santo Padre”.

A celebração, na Cova da Iria, vai decorrer na Capelinha das Aparições.

O cardeal Konrad Krajewski, de nacionalidade polaca, esteve na última semana junto da população ucraniana, vítima da guerra, como enviado especial do Papa.

A 25 de março de 1984, o Papa São João Paulo II presidiu à consagração do mundo ao coração de Maria, no Vaticano, diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições, a mesma que, em 2000, colocou entre os bispos de todo o mundo, consagrando-lhe o terceiro milénio.

O testemunho dos videntes de Fátima regista que, na aparição de 13 de julho de 1917, Nossa Senhora lhes disse: “Para impedir a guerra virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos Primeiros Sábados”.

“Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”, registava Irmã Lúcia, falecida em 2005, nas suas ‘Memórias’.

Ainda nesta aparição teve lugar a visão do inferno e a revelação do sofrimento da Igreja e de um bispo vestido de branco, a trilogia que constitui o chamado Segredo de Fátima.

Em carta dirigida a Pio XII, a 2 de dezembro de 1940, a irmã Lúcia, a mais velha das videntes de Fátima, pedia que fosse atendido o pedido de Nossa Senhora, reafirmado em aparições posteriores na Galiza, para que fosse proclamada a devoção ao Imaculado Coração de Maria e a consagração do mundo, e em especial da Rússia.

Em resposta aos pedidos, este Papa consagrou o mundo e a Igreja ao Imaculado Coração de Maria, a 31 de outubro de 1942, e renovou a consagração da Rússia, a 7 de julho de 1952.

A 21 de novembro de 1964, São Paulo VI renovou a consagração da Rússia ao Imaculado Coração, na presença dos participantes no Concílio Vaticano II.

A 13 de outubro de 2013, o atual Papa consagrou o seu pontificado a Nossa Senhora de Fátima, no Vaticano, diante da imagem da Capelinha das Aparições, transportada excecionalmente para a Praça de São Pedro.

Francisco visitou Fátima a 12 e 13 de maio de 2017, no centenário das Aparições, tendo canonizado os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.

O Santuário de Fátima, através do seu reitor, reagiu ao anúncio do pedido feito pelo Vaticano, esta tarde.

O padre Carlos Cabecinhas refere, numa mensagem em vídeo, que esta “prece pela paz no mundo e, concretamente, pela paz na Ucrânia” é um “ato cheio de significado” e “profundamente ligado a Fátima e à sua Mensagem”.

“Fátima é um lugar onde diariamente se reza pela paz, porque é uma vontade expressa pelo Papa e porque, neste lugar, Nossa Senhora pediu a consagração ao seu Imaculado Coração”, acrescentou.

OC

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Agência ECCLESIA

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