Vaticano: Irmã Dulce, a «Madre Teresa» brasileira, é declarada santa

Celebração no Vaticano acontece a 13 de outubro, durante o Sínodo Especial para a Amazónia

Cidade do Vaticano, 11 out 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco vai canonizar este domingo Beata Dulce Lopes Pontes (1914-1992), religiosa brasileira conhecida pela sua entrega aos mais pobres, que nasceu em Salvador da Bahia.

A religiosa, conhecida como a ‘Madre Teresa’ brasileira ou o ‘Anjo bom’, nasceu 26 de maio de 1914 em Salvador, capital do estado da Bahia; foi batizada como Maria Rita Lopes Pontes e professou votos na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, assumindo o nome Dulce, pelo qual ficou conhecida.

A biografia divulgada hoje pelo Vaticano realça que, desde a infância, a futura santa se “destacou por uma grande sensibilidade para com os pobres e necessitados”.

Dulce Lopes Pontes “abraçou a vida religiosa na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, ligada à Ordem dos Frades Menores, servindo como enfermeira e professora”.

“Animada por intenso zelo missionário, a Irmã Dulce também se dedicou seriamente à instrução dos trabalhadores, mas foi sobretudo na assistência e cuidado dos últimos e dos mais sofredores que exerceu seu generoso serviço”, indica o texto que apresenta a religiosa brasileira, responsável pela fundação de uma associação de obras sociais e a construção de uma casa de acolhimento, o ‘Albergue Santo Antônio’.

“A sua caridade era maternal, carinhosa. A sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e do Alto recebia forças e recursos para dar vida a uma maravilhosa atividade de serviço aos últimos”, pode ler-se no livreto da celebração, marcada para as 10h15 (menos uma em Lisboa), na Praça de São Pedro.

A irmã Dulce será, assim, a primeira santa nascida no Brasil, o país com o maior número de católicos do mundo; o Papa vai ainda canonizar o cardeal John Henry Newman,, fundador do Oratório de São Filipe Néri na Inglaterra; Giuseppina Vannini, fundadora das Filhas de São Camilo; Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família; e Margherita Bays, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis

A 14 de maio a Santa Sé informara que o pontífice tinha aprovado um milagre atribuído à intercessão da irmã ‘Dulce dos pobres’, beatificada a 21 de maio de 2011, no Brasil.

A religiosa dedicou a sua vida ao serviço dos mais necessitados e desenvolveu uma obra social em seu natal, onde fundou hospitais de caridade e uma rede de apoio que dirigiu até à sua morte, a 13 de março de 1992, aos 77 anos; em 1991, recebeu a visita do Papa João Paulo II.

Bento XVI referiu, aquando da beatificação, que a irmã Dulce Lopes Pontes “deixou atrás de si um prodigioso rasto de caridade ao serviço dos últimos, levando o Brasil inteiro a ver nela «a mãe dos desamparados»”.

O Brasil tem, entre os seus santos, frei Antonio de Sant’Anna Galvão (1739-1822), canonizado a 11 de maio de 2007 pelo Papa Bento XVI, e vários religiosos que desenvolveram a sua ação no território, como a italiana Amabile Visintainer (1865-1942) – Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, o espanhol jesuíta São José de Anchieta, os mártires do Rio Grande do Sul e os chamados “protomártires do Brasil” – mortos no atual território da Arquidiocese de Natal, então sob jurisdição portuguesa, no século XVII.

canonização, ato reservado ao Papa desde o século XIII, é a confirmação, por parte da Igreja Católica, que um fiel católico é digno de culto público universal (os beatos têm culto local) e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

OC

O milagre que a levou à canonização, segundo o Vaticano, é a cura milagrosa de José Maurício Bragança Moreira, que ficou cego por causa de um glaucoma grave; após colocar uma pequena imagem da Irmã Dulce sobre os olhos, pedindo a sua intercessão, voltou a ver de novo.
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Agência ECCLESIA

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