Vaticano: Papa vai apresentar bula «Rosto de misericórdia»

Cerimónia de convocação do jubileu começa junto da Porta Santa da Basílica de São Pedro, este sábado

Cidade do Vaticano, 11 abr 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco vai apresentar este sábado a bula ?Misericordiæ Vultus? (rosto de misericórdia), com a qual convoca oficialmente o Jubileu da Misericórdia (dezembro de 2015-novembro de 2016).

O documento vai ser entregue simbolicamente a ?representantes da Igreja no mundo?, diante da Porta Santa da Basílica de São Pedro, que vai ser aberta pela primeira vez desde o ano 2000.

Francisco vai entregar também o documento aos quatro arciprestes das basílicas papais de Roma: cardeal Angelo Comastri, da Basílica de São Pedro; cardeal Agostino Vallini, da Basílica de São João de Latrão; cardeal James Michael Harvey, da Basílica de São Paulo fora de muros; cardeal Santos Abril y Castelló, da Basílica de Santa Maria Maior.

Os três últimos cardeais vão proceder à leitura da bula de convocação, nas respetivas basílicas, no domingo.

Segundo o Serviço de Informação do Vaticano (VIS), o Papa Francisco vai entregar uma cópia da bula aos prefeitos das Congregações para os Bispos (cardeal Marc Ouellet), para a Evangelização dos Povos (cardeal Fernando Filoni) e para as Igrejas Orientais (cardeal Leonardo Sandri).

O arcebispo Savio Hon Tai-Fai, natural de Hong Kong e atual secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, vai receber um exemplar do documento em nome de todos os cristãos do Oriente.

O continente africano vai estar representado pelo arcebispo Bartolomé Adoukonou, natural do Benim, secretário do Conselho Pontifício da Cultura.

D. Khaled Ayad Bishay, da Igreja patriarcal de Alexandria dos Coptas (Egito) vai receber a bula em nome das Igrejas Orientais.

O rito da publicação prevê a leitura de algumas passagens da bula diante da Porta Santa, na qual o Papa vai estar acompanhado pelos cardeais.

Esta porta é aberta apenas durante o Ano Santo, permanecendo fechada no resto do tempo, e existem portas santas nas quatro basílicas papais: São Pedro, São João de Latrão, São Paulo fora de muros e Santa Maria maior.

O rito inicial quer mostrar simbolicamente que aos fiéis é oferecido, no jubileu, um percurso extraordinário para a salvação, precisa um comunicado divulgado pela Santa Sé.

O Papa anunciou a 13 de março a realização do 29.º jubileu na história da Igreja Católica, um Ano Santo extraordinário centrado no tema da Misericórdia, entre 8 de dezembro e 20 de novembro de 2016.

A Igreja Católica iniciou a tradição do Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII, em 1300, e a partir de 1475 determinou-se um jubileu ordinário a cada 25 anos.

Até hoje houve 26 anos santos ordinários e dois extraordinários (anos santos da Reden­ção): em 1933 (Pio IX) e 1983 (João Paulo II).

O jubileu, com raízes no ano sabático dos hebreus, explica o Vaticano, ?consiste num perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e na possibilidade de renovar a relação com Deus e o próximo?.

Esta indulgência implica certas obras penitenciais, como peregrinações e visitas a igrejas.

A bula de convocatória indica as datas de início e encerramento do jubileu e a forma como o mesmo vai desenrolar-se.

O termo ?bula? vem do latim ?bulla? (objeto redondo) e indicava originalmente a cápsula metálica utilizada para proteger o selo de cera que se unia a um documento de especial importância, para certificar a sua autenticidade.

Com o passar do tempo, passou a indicar primeiro o selo e depois o próprio documento.

OC

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Agência ECCLESIA

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