Francisco visita prisão de Rebibbia, em Roma
Cidade do Vaticano, 28 out 2024 (Ecclesia) – O Papa vai abrir esta quinta-feira uma porta santa na prisão de Rebibbia, em Roma, por ocasião do Ano Santo, num gesto inédito na história dos jubileus.
A Missa vai ter início pelas 09h00 locais (menos uma em Lisboa) assinalando a festa litúrgica de Santo Estêvão, primeiro mártir da Igreja.
“A fim de oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade, eu mesmo desejo abrir uma porta santa numa prisão, para que seja para eles um símbolo que os convida a olhar o futuro com esperança e renovado compromisso de vida”, escreveu Francisco, na bula de convocação do Jubileu 2025.
O documento defende uma amnistia para os presos, como sinal de “esperança”, e anunciou que abrir uma porta santa numa cadeia.
“Proponho aos governos que, no Ano Jubilar, tomem iniciativas que restituam esperança aos presos: formas de amnistia ou de perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais corresponda um compromisso concreto de cumprir as leis”, indica o texto, intitulado ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude).
A bula, publicada em maio, proclamava solenemente o início e fim das celebrações do próximo Ano Santo, entre 24 de dezembro de 2024 e 6 de janeiro de 2026, naquele que é o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro ano santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.
Francisco esteve na prisão de Rebibbia, na Quinta-feira Santa de 2015, para lavar os pés de doze reclusos de diferentes nacionalidades; já este ano, celebrou a Missa da Ceia do Senhor na prisão feminina de Rebibbia, lavando os pés a doze mulheres.
No total, refere a Santa Sé, o Papa visitou 15 cadeias nos anos do seu pontificado, “a maioria na Itália, algumas também durante viagens ao estrangeiro”.
Segundo o Vaticano, a adoção de uma Porta Santa é atribuída ao Papa Martinho V que, por ocasião do Jubileu Extraordinário de 1423, a abriu para entrar na Basílica de São João de Latrão, em Roma.
Já no Vaticano, a presença desta tradição é atestada para o Jubileu de 1450, com uma porta esculpida na parede do fundo da capela dedicada por João VII à Virgem Maria, no local onde ainda hoje se encontra – tendo sido aberta pelo Papa Francisco na última noite de Natal.
OC