Vaticano: Papa tem proposto uma Igreja mais fraterna, diz cardeal brasileiro da Cúria Romana

Primeiro ano de pontificado foi marcado por uma «renovação profunda», realça D. João Braz de Aviz

Fátima, Santarém, 07 mar 2014 (Ecclesia) – O prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica afirmou que o Papa Francisco está a construir uma Igreja Católica mais “próxima” das pessoas e menos “pesada” nas suas estruturas.

Em declarações concedidas à Agência ECCLESIA, o cardeal João Braz de Aviz realça que este primeiro ano de pontificado, que se completa a 13 de março, “trouxe um ar novo à Igreja”, em primeiro lugar devido à postura acessível e à autenticidade do Papa argentino.

Para aquele responsável, a mensagem do Papa pretende ajudar a Igreja a “voltar” a ser uma “família, mais de irmãos, menos de classes, uma Igreja mais comunhão, mais próxima das pessoas, que não se escandaliza com um erro mas que ajuda a resolver aquele erro”.

Neste âmbito, o responsável católico destaca a forma como Francisco tem encarado questões tradicionalmente mais delicadas, no seio da Igreja, como a situação dos divorciados.

“Há um coração humano, há uma misericórdia, sem sair da verdade, sem querer dizer que o divórcio vale, que a separação e um novo casamento, mas que é preciso olhar as pessoas, Deus olha cada situação, cada pessoa”, aponta.

“As pessoas amam o Papa porque ele está próximo, não tem duas caras, não está a viver um papel, ele é o que diz ser”, salienta o cardeal brasileiro, que fala depois do seu contacto pessoal com Francisco.

A marcação de uma simples audiência, que antes tinha de passar por uma multiplicidade de pessoas e processos, hoje é resolvida através de “um contacto telefónico, com o secretário”.

“A relação com o Papa tornou-se muito simples, ele não trata as pessoas como se fossem funcionárias, ele acredita nas pessoas, é tudo mais fácil e isso indica o amor que o Papa tem pela Igreja e pela Cúria Romana”, sublinha D. João Braz de Aviz.

O cardeal brasileiro lembra particularmente a mensagem que Francisco dirigiu aos membros do Colégio Cardinalício, a 23 de fevereiro o, depois do primeiro consistório do seu pontificado.

Durante a eucaristia, o Papa alertou que quem é escolhido para cardeal “entra na Igreja de Roma, não entra numa corte”.

De acordo com D. João Braz de Aviz, estas palavras foram acolhidas de forma positiva pelos cardeais.

“Todos sabem que existem coisas que têm de ser corrigidas, carregaram a verdade nos ombros mas sentem-se felizes porque sabem que é por esse lado que têm de ir”, salienta o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

D. João Braz de Aviz elogia também a capacidade que o Papa Francisco tem manifestado em “trabalhar em equipa”, o seu “discernimento” diante dos desafios, e a sua vontade em estar a par de todos os processos, de “perceber como é que as coisas funcionam”.

O membro da Cúria Romana revela que durante este primeiro ano de pontificado ficou no Vaticano a sensação de que a Igreja Católica está a ser alvo de uma “renovação profunda” e espera que,  no futuro, se venham a concretizar “muitas coisas novas”.

LS/JCP/OC

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