Francisco voltou a reclamar atitude diferente de quem vê a Eucaristia como um «espetáculo»
Cidade do Vaticano, 22 nov 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco sublinhou hoje, no Vaticano, que os católicos têm obrigação de participar na Missa ao domingo, com a preocupação de construir uma sociedade mais fraterna.
“Convido-vos a dar um lugar importante na vossa vida à participação na Santa Missa, especialmente ao domingo. Que o Senhor venha ao vosso encontro para dar-vos o seu amor, a fim de que possais partilhá-lo com os vossos irmãos e irmãs”, disse aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
A audiência pública semanal contou com uma nova reflexão do Papa sobre a celebração da Missa, como “memorial do mistério pascal de Cristo”, ou seja, não apenas uma “recordação”, mas “tornar presente” o que aconteceu há 2 mil anos.
“Quando vamos à Missa é como se fôssemos ao Calvário, o mesmo”, referiu.
À imagem do que aconteceu nas duas últimas semanas, o pontífice deixou reparos aos que vivem a celebração eucarística como se estivessem num “espetáculo”.
Francisco questionou os presentes sobre qual seria a sua atitude se pudessem estar no Calvário, diante de Jesus: “Pensaríamos em bisbilhotar, tirar fotografias, de fazer uma espécie de espetáculo? Não, porque é Jesus”.
“Estaríamos, com certeza, em silêncio, a chorar, também na alegria de sermos salvos. Quando entrarmos na igreja para celebrar a Missa, pensemos nisto: ali dentro, está o Calvário, onde Jesus dá a sua vida por mim. E assim desaparece o espetáculo, a bisbilhotice, os comentários, tudo o que nos afasta desta coisa tão bela que é a Missa”, acrescentou.
A reflexão do Papa realçou que a participação no sacramento da Eucaristia representa, para os católicos, entrar na “plenitude da vida” de Cristo.
“Com a Eucaristia, Jesus liberta-nos da morte física e do medo de morrer, bem como da morte espiritual, que é o mal e o pecado”, precisou.
A catequese semanal centrou-se nesta dimensão pascal da Missa, na passagem da morte para a vida, e na necessidade de amar a Deus e ao próximo.
“Recebamos muitas vezes o Senhor na Santa Comunhão, adoremo-lo nos tabernáculos e nos nossos corações. Sirvamo-lo nos nossos irmãos, para construir juntamente com eles uma nova comunidade humana, mais justa e fraterna”, pediu Francisco.
Francisco evocou ainda a celebração da memória litúrgica de Santa Cecília, mártir, e disse que os mártires deram a sua vida, em nome da fé, porque tinham a “certeza” da vitória de Cristo sobre a morte.
“Rezemos todos a Santa Cecília, para que nos ensine a cantar com o coração, que nos ensine o júbilo de termos sido salvos”, acrescentou, recordando a padroeira dos músicos.
O Papa deixou uma saudação particular aos peregrinos de língua portuguesa: “Convido-vos a olhar com confiança o vosso futuro em Deus, levando o fogo do seu amor ao mundo. É a graça da Páscoa que frutifica na Eucaristia e que desejo abundante nas vossas vidas, famílias e comunidades. De bom grado, vos abençoo a vós e aos vossos entes queridos”.
OC