«O cuidado e a familiaridade são dois presentes de grande valor para quem sofre», assinalou Francisco
Cidade do Vaticano, 26 mai 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco destacou este sábado, no Vaticano, o papel do médico de família como figura “fundamental” que “combina competência e proximidade”, sublinhando a missão de cuidador e de “pessoa de família”.
“O cuidado e a familiaridade são dois presentes de grande valor para quem sofre!”, afirmou Francisco, numa audiência com os participantes do encontro internacional promovido pela “Somos Community Care”, de Nova Iorque (EUA), uma associação de médicos sem fins lucrativos.
“O médico é aquele cuida. A ciência, hoje, tornou-se muito tecnológica, a ponto de termos acesso a tratamentos que, até algumas décadas atrás, eram inimagináveis. Mas a medicina, até a mais avançada, supõe, sobretudo, um espaço de encontro humano, feito de cuidados, proximidade e escuta. Esta é a missão do médico de família”, salientou o Papa, informa o portal de notícias do Vaticano.
É em situação de doença que, segundo Francisco, para além do profissional competente, os médicos são procurados como “uma presença amiga” com a qual todos podem contar, que “transmite confiança” na recuperação e que, mesmo quando isso não é possível, não deixa pacientes sozinhos.
“O médico de família é assim, presente, próximo, capaz de dar calor humano e assistência profissional, porque conhece pessoalmente os seus doentes e os seus entes queridos e caminha com eles, dia após dia, mesmo à custa de sacrifícios”, realçou.
Em audiência, o Papa assinalou a importância desta figura na sua vida, referindo que tem “muitas boas recordações do médico de família” na infância.
“E isto leva-nos à segunda razão pela qual o seu papel é valioso: ser uma pessoa da ‘família’, começa por dizer o pontífice, que ressalta que esta presença “ajuda a envolver o doente numa rede de afeto, de partilha e de solidariedade, que ultrapassa a fase diagnóstico terapêutica, reforçando as relações humanas, fazendo do sofrimento um momento de comunhão a viver em conjunto, não só para o bem do doente, mas para o bem de todos”.
Para o Papa, este cuidado evita “o risco de a pessoa que sofre e os que lhe são próximos serem sugados pela máquina da burocracia e da informatização; ou pior, de acabarem vítimas de lógicas de mercado que pouco têm a ver com a saúde, sobretudo quando se trata de pessoas idosas e frágeis”.
LJ/OC