Cidade do Vaticano, 31 jul 2016 (Ecclesia) – O Papa disse hoje que segue com atenção as situações políticas na Turquia e Venezuela, justificando a ausência de declarações sobre a tentativa de golpe de Estado em Ancara com a incerteza quanto à situação turca.
Francisco explicou aos jornalistas que o acompanharam no regresso a Roma, após uma viagem de cinco dias à Polónia, que segue os últimos desenvolvimentos na Turquia com a ajuda da Secretaria de Estado do Vaticano e de alguns analistas políticos, sem ter a “certeza” do que está a acontecer.
“Estou a estudar a situação com a Secretaria de Estado e ainda não é claro”, insistiu, rejeitando a ideia de que se manteve em silêncio para proteger os católicos turcos.
Ainda durante a conferência de imprensa, de aproximadamente meia hora, o Papa respondeu a uma questão sobre a eventual mediação do Vaticano na crise política da Venezuela, adiantando que tem mantido contactos para um encontro com o presidente Nicolás Maduro.
Francisco deixou em aberto a possibilidade de a Santa Sé ter um representante no grupo internacional de mediação entre o Governo de Maduro e a coligação da oposição venezuelana.
O Papa abordou finalmente as investigação que a polícia australiana está a realizar em relação ao cardeal George Pell, prefeito da Secretaria para a Economia (Santa Sé), sobre alegados casos de abusos sexuais, pedindo que as pessoas “não julguem antes da justiça”.
“Devemos esperar o curso da justiça e não fazer antes um julgamento mediático, um julgamento dos boatos. É preciso estar atentos ao que a justiça vai decidir e, uma vez que a justiça tenha falado, falarei eu”, concluiu.
OC