Vaticano: Papa saudou multidão na Praça de São Pedro, no final da Missa Domingo de Ramos (c/vídeo)

Reflexão para o ângelus assumiu momento de «fraqueza física» e deixou apelos à oração pela paz, a caminho da Páscoa

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 13 abr 2025 (Ecclesia) – O Papa saudou hoje a multidão reunida na Praça de São Pedro, após o final da Missa do Domingo de Ramos.

Francisco, que chegou em cadeira de rodas e sem cânulas nasais, passou junto a vários dos presentes, que lhe estendiam a mão, para o cumprimentar, e foi recebido junto ao altar pelo cardeal Leonardo Sandri, vice-decano do Colégio Cardinalício.

“Bom Domingo de Ramos, boa Semana Santa”, disse, numa breve intervenção, antes de se dirigir para junto dos cardeais e de alguns dos participantes, tendo parado para conversar, durante alguns momentos, com a presidente do governo do Estado da Cidade do Vaticano, irmã Raffaela Petrini, bem como de um grupo de religiosas.

Francisco cumprimentou várias crianças, a quem ofereceu rebuçados, como é seu costume.

Antes de regressar à Casa de Santa Marta, o Papa esteve em oração junto do túmulo de São Pedro, ao lado do baldaquino, tendo ainda parado junto aos restos mortais de Pio X e do monumento dedicado a Bento XV, diante do qual também rezou durante alguns momentos.

Já na reflexão escrita para o ângelus, o Papa convidou a imitar os sentimentos de Jesus, nos momentos de maior sofrimento.

“Todos temos dores, físicas ou morais, e a fé ajuda-nos a não nos entregarmos ao desespero, a não nos fecharmos na amargura, mas a enfrentá-las, sentindo-nos envolvidos, como Jesus, pelo abraço providencial e misericordioso do Pai”, sustentou.

Irmãs e irmãos, agradeço muito pelas vossas orações. Neste momento de fraqueza física, ajudais-me a sentir ainda mais a proximidade, a compaixão e a ternura de Deus. Eu também rezo por vós e peço que confieis comigo ao Senhor todos os que sofrem, especialmente os que são afetados pela guerra, pela pobreza ou pelos desastres naturais”.

O texto evoca o “triste” segundo aniversário do início do conflito no Sudão, a 15 de abril, “com milhares de mortes e milhões de famílias forçadas a abandonar as próprias casas”.

“O sofrimento das crianças, das mulheres e das pessoas vulneráveis clama aos céus e implora-nos a agir. Renovo o meu apelo às partes envolvidas, para que ponham fim à violência e assumam caminhos de diálogo, e à comunidade internacional, para que não falte a ajuda essencial às populações”, pede o Papa.

Francisco recorda ainda o Líbano, que há 50 anos vivia o início da “trágica guerra civil”, deixando votos de que, “com a ajuda de Deus, possa viver em paz e prosperidade”.

“Que a paz chegue finalmente à martirizada Ucrânia, à Palestina, Israel, República Democrática do Congo, Mianmar, Sudão do Sul. Que Maria, Nossa Senhora das Dores, obtenha essa graça e nos ajude a viver com fé a Semana Santa”, conclui a reflexão.

Milhares de pessoas participaram na Missa presidida pelo delegado do Papa, cardeal Leonardo Sandri, que leu a homilia preparada por Francisco.

A celebração começou com a bênção dos ramos, junto ao obelisco, na Praça de São Pedro, e a procissão de entrada, com centenas de representantes da assembleia.

A Igreja Católica inicia, com o Domingo de Ramos, a Semana Santa, momento central do ano litúrgico, que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, celebração da ressurreição de Cristo.

O Papa encontra-se em convalescença na Casa de Santa Marta desde 23 de março, após o maior internamento do atual pontificado, iniciado a 14 de fevereiro, no Hospital Gemelli, na sequência de uma infeção polimicrobiana das vias respiratórias, que se agravou para uma pneumonia bilateral.

No último domingo, Jubileu dos Doentes e do Mundo da Saúde, Francisco tinha regressado à Praça de São Pedro, 55 dias depois, numa aparição surpresa, para acompanhar o final da Missa.

OC

Vaticano: «Vemos o Senhor nos rostos dilacerados pela guerra e pela miséria?», pergunta o Papa

Partilhar:
Scroll to Top