Vaticano: Papa salientou que as Obras Missionárias Pontifícias «não são uma mera agência de distribuição de fundos»

«Não cessemos de sonhar uma nova estação da ação missionária das comunidades cristãs» – Francisco

 

Foto: Vatican Media Divisione Foto

Cidade do Vaticano, 03 jun 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje que as Obras Missionárias Pontifícias “não são uma mera agência de distribuição de fundos” e pediu que intensifiquem “ainda mais as várias atividades de animação, informação e formação do espírito missionário”, no Vaticano.

“Convido-vos a promover a responsabilidade missionária dos batizados, valorizando a rede capilar das direções nacionais, tanto nos países de primeira evangelização como nos de antiga tradição cristã que talvez precisem novamente da primeira evangelização; estes, como sabemos, estão marcados por uma grave crise da fé, necessitando duma renovada evangelização e de conversão pastoral”, disse o Papa, no discurso publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Na audiência aos diretores das Obras Missionárias Pontifícias (OMP/POM), reunidos em Assembleia Geral anual, o Papa pediu, “por favor”, que “não se reduzam as POM” à ministração de dinheiro”, porque esse é um meio, “é preciso dinheiro” mas eles “são algo maior do que dinheiro”.

“Dinheiro é o que precisamos para continuar. Porque, se faltar a espiritualidade e for apenas uma agência de dinheiro, imediatamente vem a corrupção; ainda hoje víamos, nos jornais, histórias de supostas corrupções em nome da missionariedade da Igreja”, indicou.

Francisco sublinhou que as Obras Missionárias Pontifícias “não são uma mera agência de distribuição de fundos para quem precisa de ajuda” e exortou estes responsáveis nacionais a “intensificar ainda mais, com a audácia e a fantasia do Espírito Santo, as várias atividades de animação, informação e formação do espírito missionário”.

Ainda sobre ‘o carisma das Pontifícias Obras Missionárias hoje’, lembrou o que já sublinhou na Constituição Prædicate Evangelium, a sua vocação é serem «instrumentos de promoção da responsabilidade missionária de cada batizado e de apoio às novas Igrejas particulares».

O Papa incentivou também a não pararem de “sonhar uma nova estação da ação missionária das comunidades cristãs”, e pediu que mantenham “vivo este sonho”, na reflexão ‘perspetivas e sonhos em ordem à renovação’.

“O sonho maior é uma cooperação missionária cada vez mais estreita e coordenada entre todos os membros da Igreja”, observou, recordando que “é significativo” que os fundadores das OMP tenham sido um bispo, um sacerdote e duas leigas, “representantes das diversas categorias de batizados”.

“É um sinal que nos interpela para envolvermos todos os membros do povo de Deus na animação missionária”, acrescentou.

O Papa começou a sua intervenção a afirmar que, neste “momento histórico no processo sinodal”, é importante recordar que “a Comunidade cristã, por sua natureza, é missionária”, cada cristão recebeu “como dom o Espírito Santo e é enviado para continuar a obra de Jesus, anunciando a todos a alegria do Evangelho”: “Levando a sua consolação às diversas situações da nossa história, frequentemente ferida”.

Francisco começou por convidar os diretores das Obras Missionárias Pontifícias a contemplar o “Coração de Jesus”, solenidade que a Igreja Católica vai celebrar no dia 16 de junho, e a partir desse olhar “para o seu Coração misericordioso e compassivo, refletir sobre o carisma e a missão” das OMP.

CB

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