Francisco destacou exemplo de «caridade, Palavra, perdão» de Santo Estêvão, primeiro mártir do Cristianismo
Cidade do Vaticano, 26 dez 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco renovou hoje o apelo de “paz para as populações atormentadas pela guerra”, em especial para a “martirizada Ucrânia”, depois da recitação da oração do ângelus, na memória litúrgica do primeiro mártir do Cristianismo.
“Pedimos a paz para este povo martirizado”, disse Francisco, desde a janela do apartamento pontifício, destacando as várias bandeiras da Ucrânia na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Depois da recitação da oração do ângelus, e da sua bênção, o Papa, “em clima espiritual de alegria e serenidade do Natal”, saudou quem estava na Praça de São Pedro, e quem seguia esta oração mariana pelos Meios de Comunicação Social, e renovou os seus “desejos de paz”, para as famílias, nas comunidades paroquiais e religiosas, “paz nos movimentos e nas associações”.
“Paz para as populações atormentadas pela guerra. Paz para a querida e martirizada Ucrânia”, acrescentou, na janela do apartamento pontifício.
Antes da recitação da oração do ângelus, Francisco incentivou a dar testemunho através do exemplo de Santo Estevão, o primeiro mártir do Cristianismo, a começar pelo “perdão”, destacando também as suas dimensões da “caridade com os irmãos e irmãs”, era um dos sete diáconos que a comunidade de Jerusalém consagrou para “servir à mesa”, e a “fidelidade à Palavra de Deus”, porque falava de Jesus com “todos que encontrava”, partilhava a fé à luz da Palavra de Deus e dos ensinamentos dos Apóstolos.
“É o perdão que diz se realmente praticamos a caridade com os outros e se vivemos a Palavra de Jesus”, explicou o Papa, na sua intervenção na memória litúrgica do primeiro mártir do Cristianismo.
Francisco assinalou que o “perdão” é, de facto, como a própria palavra indica, “um dom maior”, um dom que se dá aos outros: “Porque somos de Jesus, perdoados por Ele”.
“Pensemos na nossa capacidade de perdoar, nestes dias em que talvez encontremos, entre muitas outras, algumas pessoas com as quais não nos damos bem, que nos feriram, com as quais nunca mais fizemos as pazes. Peçamos a Jesus recém-nascido a novidade de um coração capaz de perdoar: a força para rezar por aqueles que nos feriram e para dar passos de abertura e de reconciliação”, desenvolveu.
O Papa explicou que a liturgia, para ajudar a receber “melhor” o Natal do Senhor, estende a duração desta festa “por oito dias”, até dia 1 de janeiro, mas, “surpreendentemente, nesta Oitava de Natal comemoram-se “algumas figuras dramáticas de Santos mártires”, hoje, 26 de dezembro, Santo Estêvão, e, dia 28 (quarta-feira), os Santos Inocentes, “as crianças mortas pelo rei Herodes por medo que Jesus lhe tiraria o trono”.
Segundo Francisco, a liturgia parece “querer afastar do mundo das luzes, dos almoços e dos presentes” nos quais cada um se pode acomodar nestes dias.
“Natal não é a fábula do nascimento de um rei, mas a vinda do Salvador, que nos livra do mal ao tomar sobre si o nosso mal: o egoísmo, o pecado, a morte. E os mártires são os mais semelhantes a Ele.”
Neste contexto, o Papa referiu que a palavra mártir significa “testemunha”, por isso, os mártires são testemunhas, “irmãos e irmãs que, através de suas vidas, nos mostram Jesus, que venceu o mal com a misericórdia”.
“E mesmo nos nossos dias, os mártires são numerosos. Hoje rezamos por estes irmãos e irmãs perseguidos que dão testemunho de Cristo”, pediu, incentivando a refletir como cada um dá “testemunho”, como pode “melhorar”, a exemplo de Santo Estêvão, na intervenção antes da recitação da oração do ângelus, no Vaticano.
CB