Francisco recebeu uma editora italiana com 120 anos e afirmou que «uma humanidade fraterna se aprende nos bancos da escola»
Cidade do Vaticano, 21 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco renovou hoje o apelo a “um pacto educativo” entre família, escola e sociedade, na audiência à Editora italiana ‘La Scuola’, onde destacou a importância de promover textos de inspiração católica que transmitam “confiança e audácia”.
“O futuro pertence às novas gerações, e estas poderão construí-lo se os professores que formardes souberem transmitir-lhes confiança e audácia, se os textos que preparardes conseguirem desenvolver a sede de conhecimento e de sabedoria”, disse o Papa, na audiência Editora ‘La Scuola’, que está a comemorar 120 anos, citado pelo portal online ‘Vatican News’.
Francisco destacou a importância de criar espaços de aprendizagem em união com as famílias, onde “mente e coração” se abram ao mundo, e destacou “a necessidade de um pacto educativo capaz de unir as famílias, as escolas e toda a sociedade”, na manhã desta quinta-feira, dia 21 de novembro, na Sala dei Papi, do Vaticano.
O Papa partilhou uma história pessoal, destacando a “unidade” entre família e escola, porque “voltar a essas memórias é bom”, e lembrou que quando tinha 9 anos de idade “disse um palavrão à professora”, que chamou a sua mãe: “A minha mãe disse-me: ‘Peça desculpa à professora’. Eu pedi-lhe desculpa, e voltei para a sala de aula contente por ter sido tão fácil, mas não era verdade, o segundo ato da peça é quando chego a casa”.
A editora italiana ‘La Scuola’ produz livros didáticos para estudantes de todos os níveis, revistas para professores, obras pedagógicas e formação para professores, com a consciência de que “formar as crianças e os jovens nos valores do Evangelho significa oferecer um contributo essencial para uma sociedade de pessoas responsáveis, capazes de construir laços de fraternidade com todos”.
O Papa explicou que uma atitude “dialogante”, aplicada à escola, faz dela “um lugar onde se aprende a abrir a mente e o coração ao mundo”, e que a aprendizagem não consiste em “encher a cabeça de ideias, mas acompanhar e encorajar os alunos no caminho do crescimento humano e espiritual”, mostrando-lhes como a “amizade com Jesus ressuscitado dilata o coração e torna a vida mais humana”, e destacou a importância das “três linguagens”.
“Linguagem do coração – para sentir bem -, linguagem da cabeça – para pensar bem -, linguagem das mãos – para fazer bem -, mas todas em harmonia: Fazer o que se sente e o que se pensa; sentir o que se pensa, o que se faz; pensar o que se sente e o que se faz”, desenvolveu.
Francisco salientou que, em tempos de crise, foi a voz dos profetas que “indicou novos horizontes de esperança”, nesse sentido, referiu à Editora ‘La Scuola’ que “uma humanidade fraterna se aprende nos bancos da escola, graças a textos eficazes, a professores competentes e apaixonados, e a instrumentos técnicos adaptados à condição dos alunos”.
A Sociedade Editora ‘La Scuola’ foi fundada em maio de 1904 por um grupo de leigos católicos, onde se contava o pai do Papa Paulo VI, Giorgio Montini, e por alguns sacerdotes, em Brescia; o próprio Paulo VI recebeu os responsáveis da editora a 28 de junho de 1965, e São João Paulo II no dia 28 de outubro de 2004.
Segundo Francisco, a concorrência no sector editorial e a “transformação cultural em curso, marcada pela deslocação da investigação religiosa e pela indiferença generalizada” são desafios que ‘La Scuola’ enfrenta sem medo.
“Com a ajuda de Deus, que vocês façam jus à sua história!”, disse o Papa à delegação da Editora ‘La Scuola’ que está a comemorar 120 anos.
CB/OC