Francisco reforça alertas contra «idolatrias» do sucesso, poder e dinheiro
Cidade do Vaticano, 08 ago 2018 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a procura de realização, por parte do ser humano, o tem levado a construir “ídolos” em busca de “sucesso, poder e dinheiro”, alertando os católicos para o perigo de viverem uma religiosidade de “faça você mesmo”.
“A natureza humana, para fugir à sua precariedade, procura uma religião ‘faça você mesmo’: se Deus não se deixa ver, fazemos um deus à medida”, explicou, na audiência pública semanal que decorreu no auditório Paulo VI, por causa do calor que se faz sentir em Roma.
A intervenção partiu do episódio bíblico do “bezerro de ouro”, construído pelo povo de Israel no deserto.
“O bezerro de ouro é o símbolo de todos os desejos que oferecem a ilusão da liberdade, mas acabam por escravizar”, observou o Papa.
Francisco sustentou que as “tentações” de instrumentalizar o divino, o “fascínio da idolatria”, nascem da “incapacidade de confiar antes de tudo em Deus”.
“Sem o primado de Deus, facilmente cai-se na idolatria e contenta-se com poucas seguranças”, precisou.
Face às propostas de felicidade e riqueza que enchem o quotidiano, o pontífice convidou todos a reconhecer a sua fragilidade, aceitando a proposta cristã de um Deus que se faz “pobre” e se mostra “fraco, pregado na Cruz”.
Quando acolhemos o Deus de Jesus Cristo, descobrirmos que reconhecer a nossa fragilidade não é a desgraça da vida humana, mas a condição para abrir-se Àquele que é realmente forte. A liberdade do homem nasce justamente ao permitir que o verdadeiro Deus seja o único Senhor. Isto faz-nos aceitar a nossa fragilidade e recusar os ídolos do nosso coração”.
Após a catequese, o Papa dirigiu uma “saudação cordial” a todos os peregrinos vindos de Portugal e do Brasil.
“Faço votos de que esta peregrinação a Roma vos confirme no propósito de seguir o Senhor com coragem, levando a todos o testemunho luminoso do seu amor. Deus vos abençoe”, declarou.
Francisco assinalou ainda as festas litúrgicas de São Domingos de Gusmão (8 de agosto), fundador dos Dominicanos, e de Santa Teresa Benedita da Cruz (9 de agosto), Edith Stein.
OC
O mal tenta nos convencer de que a morte é o fim de tudo, mas Cristo ressuscitado nos abre um horizonte de vida eterna!
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) August 8, 2018