Vaticano: Papa regressa a África para cumprir sonho de visitar Sudão do Sul e R. D. Congo

Viagem vai acontecer de 2 a 7 de julho, com passagem por três cidades

Foto: Cáritas do Sudão do Sul

Cidade do Vaticano, 03 mar 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco vai visitar a República Democrática do Congo (RDC) e o Sudão do Sul, de 2 a 7 de julho, anunciou hoje o Vaticano.

“Acolhendo o convite dos respetivos chefes de Estado e dos bispos, o Santo Padre Francisco vai realizar uma viagem apostólica à República Democrática do Congo, de 2 a 5 de julho próximos, visitando as cidades de Kinshasa e Goma, e ao Sudão do Sul, de 5 a 7 de julho, deslocando-se a Juba”, informou o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, em nota enviada aos jornalistas.

O comunicado refere que o programa da viagem será publicado proximamente.

“A viagem cumpre o desejo, com vários anos, de chegar a terras marcadas pela violência e ataques terroristas”, refere o portal de notícias ‘Vatican News’.

Esta será a quinta viagem de Francisco ao continente africano, onde esteve em 2015, 2017 e 2019, por duas vezes, tendo passado, entre outros países, por Moçambique.

No final de 2021, o Papa tinha assumido a intenção de visitar a RDC, destino que se soma à anunciada viagem ao Sudão do Sul, que Francisco prepara há vários anos com Justin Welby (arcebispo da Cantuária, Comunhão Anglicana) e Jim Wallace (Moderador da Igreja da Escócia, presbiteriana).

Em julho do último ano, juntamente com o o primaz anglicano e o líder da Igreja da Escócia, o Papa assinalou um apelo à paz no Sudão do Sul, que celebrou então o 10.º aniversário de independência, mergulhado numa crise social e política

“Infelizmente, o vosso povo continua a viver com medo e incerteza, sem confiança de que o seu país possa realmente oferecer a ‘justiça, liberdade e prosperidade’ celebrada no hino nacional”, refere o texto dirigido aos líderes políticos da mais jovem nação africana.

A declaração evocou o “histórico encontro” dos líderes políticos e religiosos do Sudão do Sul no Vaticano, em 2019, e as promessas feitas nessa ocasião.

O encontro de 2019, no Vaticano, ficou marcado pelo gesto de Francisco que, no final do seu discurso de encerramento do retiro espiritual, se inclinou para beijar os pés dos líderes do Sudão do Sul, reunidos para a iniciativa de paz.

O Sudão do Sul, com uma população maioritariamente cristã, obteve a sua independência ao separar-se do Norte árabe e muçulmano em 2011, mas no final de 2013 mergulhou num conflito civil.

Já em fevereiro, o Papa condenou o assassinato do padre Richard Masivi Kasereka, de 34 anos, na República Democrática do Congo, falando numa “violência injustificável e deplorável”.

“Que a morte do padre Richard, vítima de uma violência injustificável e deplorável, não desencoraje os seus familiares, a sua família religiosa e a comunidade cristã daquela nação de serem anunciadores e testemunhas de bondade e de fraternidade, não obstante as dificuldades, imitando o exemplo de Jesus”, disse, no final de uma audiência no Vaticano.

As províncias do leste da RDC, em particular o Kivu do Norte e a vizinha Ituri, “vivem há décadas em estado de insegurança permanente devido à presença de vários grupos armados”, refere o portal de notícias do Vaticano.

Em dezembro de 2019, o Papa presidiu a uma Eucaristia em rito congolês, no Vaticano.

Francisco fez até hoje 35 viagens internacionais, nas quais visitou 53 países, passando pelo Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Perú, Bélgica, Irlanda, Lituânia, Estónia, Letónia, Panamá, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Bulgária, Macedónia do Norte, Roménia, Moçambique, Madagáscar, Maurícia, Tailândia, Japão, Iraque, Eslováquia, Chipre e Grécia (após ter estado anteriormente em Lesbos); as cidades de Estrasburgo (França), onde esteve no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa; Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Budapeste (Hungria), para o encerramento do Congresso Eucarístico e Internacional.

O Papa vai visitar Malta nos dias 2 e 3 de abril, passando por La Valeta, Rabat, Floriana e a ilha de Gozo.

OC

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Agência ECCLESIA

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