Leão XIV defende a procura do «diálogo» para colocar fim aos conflitos e fala em “diplomacia suave” na qual a Santa Sé está a trabalhar

Cidade do Vaticano, 14 ago 2025 (Ecclesia) – O Papa renovou esta quarta-feira o apelo ao cessar-fogo na Ucrânia, pediu o fim da fome e a libertação de reféns na Faixa de Gaza, na chegada à Villa Barberini, em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, onde vai passar um novo período de descanso.
Leão XIV afirmou que é necessário procurar sempre “o cessar-fogo, é preciso acabar com a violência, com tantas mortes”, quando questionado pelos jornalistas, na passada noite, sobre a reunião entre o chefe de estado dos EUA, Donald Trump, e presidente da Rússia, Vladimir Putin, que acontece esta sexta-feira, no Alasca, informa o portal Vatican News.
“Vamos ver como eles podem chegar a um acordo. Porque a guerra depois de tanto tempo, qual é o objetivo? É preciso sempre procurar o diálogo, o trabalho diplomático e não a violência, não as armas”, defendeu.
Sobre a possibilidade de deportação da população da Faixa de Gaza, o Papa assumiu estar preocupado, referindo que “é preciso resolver a crise humanitária” e que “não se pode continuar assim”.
“Conhecemos a violência do terrorismo e respeitamos os muitos que morreram e também os reféns, é preciso que sejam libertados. Mas também é preciso pensar nos muitos que estão a morrer de fome”, observou.
O Papa foi ainda questionado sobre que trabalho a Santa Sé tem desenvolvido para colocar um ponto final a estes e outros conflitos.
“A Santa Sé não pode pôr fim… mas estamos a trabalhar, digamos, uma ‘soft diplomacy’ [diplomacia suave], sempre convidando, incentivando a procura da não violência através do diálogo e procurando soluções, porque estes problemas não se resolvem com a guerra”, sublinhou.
O Papa Leão XIV tem, desde o início do pontificado, feito repetidos apelos à paz, tendo lembrado na audiência pública semanal desta quarta-feira, na Aula Paulo VI, no Vaticano, as populações em zona de conflito.
“Na véspera da memória litúrgica de São Maximiliano Maria Kolbe, encorajo-vos a seguir o seu exemplo de atitude heroica de sacrifício pelo próximo. Por sua intercessão, suplicai a Deus que conceda a paz a todos os povos que vivem a tragédia da guerra. Abençoo-vos de coração”, disse, na saudação aos peregrinos polacos.
Depois de ter passado duas semanas de férias em Castel Gandolfo, em julho, o Papa volta ao local para um segundo período de repouso, marcado por vários compromissos públicos como a celebração da Missa na Paróquia de São Tomás de Villanova (10h), na Solenidade da Assunção, e a oração do Ângelus (12h), na entrada do Palácio Apostólico, na Piazza della Libertà.
No domingo, o Papa celebra a Missa no Santuário de Santa Maria della Rotonda, em Albano Laziale, junto dos pobres e voluntários da Cáritas daquela região, pelas 9h30, com quem vai almoçar depois de recitar o ângelus na Piazza della Libertà, em Castel Gandolfo.
LJ/PR