Vaticano: Papa recorda bombardeamento a Hiroshima e Nagasaki e pede fim das armas nucleares

Francisco alertou ainda para crise em El Salvador

Cidade do Vaticano, 09 ago 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco recordou hoje o bombardeamento contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, que classificou como "uma advertência perene" da humanidade para que se acabe com as armas nucleares.

“Há sessenta anos, a 6 e 9 de agosto de 1945, tiveram lugar os terríveis bombardeamentos atómicos sobre Hiroshima e Nagasaki. Passado tanto tempo, este trágico acontecimento suscita ainda horror e repulsa”, sublinhou, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a recitação do ângelus.

Segundo o Papa, o ataque norte-americano às cidades japonesas, no final da II Guerra Mundial, tornou-se um “símbolo do desmesurado poder destruidor do homem quando faz uso distorcido da ciência e da técnica”.

“Constitui uma advertência perene para a humanidade, a fim de que repudie para sempre a guerra e sejam banidas as armas nucleares e todas as armas de destruição massiva”, acrescentou.

O ataque contra Hiroshima matou entre 70 mil e 80 mil pessoas, cerca de 30% dos residentes da cidade, por causa da explosão e consequente onda de choque; uma segunda bomba atómica atingiu Nagasaki,  três dias depois, provocando a morte de cerca de 75 mil pessoas, às quais se somaram milhares de outras que perderem a vida devido aos efeitos da radiação.

“Este triste aniversário chama-nos sobretudo a rezar e a empenhar-nos pela paz, para difundir no mundo uma ética de fraternidade e um clima de serena convivência entre os povos”, apelou Francisco.

“Que de toda a terra se eleve uma única voz: não à guerra, não à violência, sim ao diálogo, sim à paz. Com a guerra perde-se sempre, o único modo de ganhar uma guerra é não a fazer”, prosseguiu.

Ainda na mesma intervenção, o Papa manifestou a sua “preocupação” com as notícias l que chegam de El Salvador, “por causa da escassez de bens, da crise económica, dos fortes contrastes sociais e da crescente violência".

“Encorajo o querido povo salvadorenho a perseverar unido na esperança e exorto todos a rezar para quem na terra do Beato Oscar Romero voltem a florir a justiça e a paz”, pediu.

As quadrilhas juvenis conhecidas como ‘maras’ assassinaram este ano quase 3 mil pessoas no país, segundo a imprensa salvadorenha.

OC

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Agência ECCLESIA

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