Francisco sublinha importância de encontrar tempo para «escutar Jesus», no ritmo «exaustivo» da vida
Cidade do Vaticano, 17 jul 2022 (Ecclesia) – O Papa recomendou hoje que as férias de verão incluam tempos de meditação e leitura do Evangelho, “sem pressa”.
“Irmãos e irmãs, aproveitemos este tempo de férias para parar e escutar Jesus. Hoje é cada vez mais difícil encontrar momentos livres para meditar”, assinalou Francisco, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.
Perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Papa assinalou que “para muitas pessoas, o ritmo de trabalho é frenético, exaustivo”.
“O período de verão também pode ser precioso para abrir o Evangelho e lê-lo lentamente, sem pressa. Uma passagem, todos os dias”, apontou.
Quando começo o dia, mergulho de cabeça nas coisas a fazer, ou primeiro procuro inspiração na Palavra de Deus? Por vezes, começamos os dias automaticamente, a fazer coisas, como as galinhas. Não, temos de começar os dias, primeiro, olhando para o Senhor, tomando a sua Palavra, breve, para que seja essa a nossa inspiração”.
A reflexão partiu da passagem do Evangelho de São Lucas sobre Marta e Maria, duas irmãs que oferecem hospitalidade a Jesus em sua casa.
“Ele não é um hóspede como os outros. À primeira vista, parece que veio para receber, porque precisa de comida e abrigo. Na realidade, o Mestre veio dar-se a si mesmo, através da sua palavra”, apontou.
Francisco destacou que a palavra de Jesus “não é abstrata, é um ensinamento que toca e molda a vida, muda-a”.
“Isso não diminui o valor do compromisso prático, mas este não deve preceder, antes fluir da escuta da palavra de Jesus, deve ser animado pelo seu Espírito. Caso contrário, reduz-se a uma correria e agitação com muitas coisas, a um ativismo estéril”, advertiu.
Após a oração, o Papa destacou a beatificação em Ellwangen (Alemanha), nos Alpes Orientais, do padre Johann Philipp Jeningen (1642-1704), que foi celebrada este sábado.
Missionário da Alemanha rural, o jesuíta foi beatificado numa cerimónia presidida pelo cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo e presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE).
Francisco elogiou o novo beato como um “incansável anunciador do Evangelho” e pediu à multidão uma salva de palmas.
“Que o exemplo e intercessão deste sacerdote nos ajude a sentir a alegria de partilhar o Evangelho com os nossos irmãos”, concluiu.
OC