Francisco destacou que «Jesus Cristo é o coração do ecumenismo»
Cidade do Vaticano, 20 jun 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje que “Jesus Cristo é o coração do ecumenismo”, falando perante uma delegação da Federação Luterana Mundial, numa audiência no Vaticano.
“Jesus Cristo é o coração do ecumenismo. Ele é a misericórdia divina encarnada, e a nossa missão ecuménica é dar testemunho dele”, disse, numa intervenção divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé.
Francisco evocou o lema do próximo Jubileu para sublinhar que os cristãos são “peregrinos da esperança”.
O Ano Santo de 2025, convocado por Francisco, coincide com os 1700 anos do Concílio de Niceia, que abordou a data da celebração da Páscoa, e terá uma dimensão ecuménica numa das rotas de peregrinação propostas, o ‘Iter europaeum’, 28 Igrejas que se referem a 27 países europeus e à União Europeia, com alguns templos de outras comunidades cristãs.
A delegação da Federação Luterana Mundial (LWF, siga em inglês) foi liderada pelo seu novo presidente, o bispo Henrik Stubkjær, e pela secretária-geral, a reverenda Anne Burghardt, primeira mulher a assumir estas funções nesta Federação.
Francisco lembrou que, por ocasião da 13.ª Assembleia-geral da Federação Luterana Mundial (13-19 setembro de 2023), em Cracóvia (Polónia), Anne Burghardt e o cardeal Kurt Koch, prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos da Santa Sé, sublinharam numa declaração conjunta que “o antigo credo cristão de Niceia cria um vínculo ecuménico que tem o seu centro em Cristo”.
O Papa destacou também que, antes do final do Concílio Vaticano II, “os cristãos católicos e luteranos dos Estados Unidos da América”, em Baltimore, “deram este testemunho”: “O credo segundo o qual nosso Senhor Jesus Cristo é o Filho, Deus de Deus, continua a assegurar-nos que somos verdadeiramente redimidos, porque somente aquele que é Deus pode nos redimir”.
Há três anos, realçou ainda Francisco, num encontro com outra delegação da Federação Luterana Mundial, refletiram sobre o “iminente aniversário do Primeiro Concílio de Niceia como um evento ecuménico”.
Na sua intervenção, o Papa observou que passaram 25 anos da assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação (31 de outubro de 1999, em Augusta), que é “outro sinal de esperança na história de reconciliação”, e pediu para o conservarem “na memória como algo sempre vivo”.
Na ‘Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação’, luteranos e católicos formularam o objetivo comum de “confessar em todas as coisas Cristo, o único em quem se pode depositar toda a confiança, visto que ele é o único mediador (cf. 1 Tim 2,5- 6) através do qual Deus no Espírito Santo se doa e derrama os seus dons que tudo renovam”, acrescentou, pedindo que este 25.º aniversário seja celebrado nas comunidades “como uma celebração de esperança”.
No final deste encontro com uma delegação da Federação Luterana Mundial, que foi “um importante gesto de fraternidade ecuménica”, o Papa, que agradeceu “do fundo do coração” a visita, convidou a rezarem juntos a oração do Pai Nosso, “cada um na própria língua”, informa o portal ‘Vatican News’.
CB/OC