«Foi um encontro muito informal, mas muito bem-disposto. É bonito ver o Papa connosco, e com os jovens» – Rodrigo Figueiredo
Cidade do Vaticano, 13 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje a nova equipa do Organismo Internacional de Consulta dos Jovens do Vaticano, 20 jovens provenientes de 20 países que trabalham diretamente com a Seção da Juventude do Dicastério Leigos, Família e Vida.
“Foi um encontro muito informal, mas foi um encontro muito bem-disposto. Também é bonito ver o Papa connosco, com os jovens, e senti-lo”, disse Rodrigo Figueiredo, sobre a audiência com Francisco, esta sexta-feira, em declarações à Agência ECCLESIA.
O jovem português, membro do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa, partilhou que quando o Papa chegou “parecia que já estava cansado do dia”, o encontro com estes especialistas em pastoral juvenil realizou-se “quase ao final da manhã”, mas “depois de começar a falar”, e algumas perguntas dos jovens, “parece que ele ficou revitalizado, a contar-nos piadas e tudo”.
O Organismo Internacional de Consulta dos Jovens (IYAB, sigla em inglês) do Vaticano, criado após o Sínodo dos Jovens (2018), trabalha com a Seção da Juventude do Dicastério Leigos, Família e Vida (Santa Sé) que realizou um encontro com a nova constituição deste conselho, composto por 20 elementos de 20 países dos cinco continentes, entre 9 e 13 de dezembro.
“Também foi bom, no outro grupo, no primeiro encontro, nós não tivemos com o Papa. Desta vez, temos logo no final deste encontro com o Papa, também foi sentir muito, nós estamos a serviço do Papa, mas o Papa está connosco. E quer estar connosco para mim, acho que é muito significativo”, desenvolveu Rodrigo Figueiredo.
Os 20 jovens de todo o mundo, explica o organismo da Santa Sé, “especialistas em Pastoral Juvenil e em questões relacionadas com o dicastério”, foram nomeados em outubro e vão desempenhar um “importante papel consultivo e proactivo”, em estilo sinodal, para “explorar ainda mais questões relacionadas com a pastoral dos jovens, família, vida humana, Movimentos Eclesiais, idosos e outros temas de interesse mais geral”.
“Acho que foi um bom pontapé de saída para os próximos passos”, salientou o jovem português, sobre a primeira reunião deste novo grupo do IYAB, adiantando que estes dias, desde segunda-feira, estiveram a conhecer-se uns aos outros, a conhecerem “a realidade do outro”, e criaram “laços de fraternidade”.
O secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, o leigo brasileiro Gleison de Paula Souza, convidou os membros do IYAB a serem promotores da exortação apostólica pós-sinodal ‘Christus Vivit’ (Cristo Vive’) junto dos outros jovens e dos seus “pastores”.
“Eu acho que na nossa realidade está presente porque tivemos uma Jornada Mundial da Juventude, foi beber muito ao sínodo, mas, de certa forma, não sei se é um documento que se volta muito, com pena, porque é riquíssimo. Nestes dias, pensei ‘puxa, há coisas que são concretas e são mesmo para pôr [em prática], ainda são atuais’”, desenvolveu, realçando que “vale a pena voltar, Cristo vive”.
Segundo Rodrigo Figueiredo, após o Sínodo dos Bispos sobre ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’ (2018), “houve muito esta procura de fazer dinâmicas” com o documento do Papa Francisco, mas observa que, “muitas vezes”, se anda “um bocadinho ao sabor do que vai estando mais quente, agora, é o Sínodo da Sinodalidade”.
Para o jovem do Patriarcado de Lisboa “pode ser fácil” dar testemunho de vida cristã e levar outras pessoas a Jesus, em concreto a juventude, pela forma como estão com os outros, porque “não é preciso falar de Jesus para levar Jesus”, mas partilhar aspetos da sua vida relacionados com a Igreja.
“É essa realidade, ou essa dimensão, que há em mim, que é concreta, e que faço concreto na vida e que também depois mexe na vida dos outros, porque eles se relacionam comigo”, acrescentou.
CB/OC
Além de Rodrigo Figueiredo, de Portugal, os membros nomeados para o Organismo Internacional de Consulta dos Jovens, no próximo triénio, chegam de 20 países: Austrália, Brasil, Canadá, Colômbia, Coreia do Sul, Cuba, Dinamarca, Estados Unidos da América, Filipinas, França, Guiné-Conacri, Hungria, Índia, Indonésia, Líbano, México, Nigéria, Peru e Zimbabwe. “São realidades e culturas tão diferentes, mas as vontades são as mesmas. Acho que é um bocadinho por aqui, esta vontade de que os jovens também tenham voz, que os jovens também têm algo a dizer à sociedade, à Igreja, e o Papa Francisco falava disto, nós também falamos. Ou seja, muitas vezes pensamos nos jovens como alguém que são o futuro, mas já somos o agora, já temos de trabalhar o presente para o futuro”, desenvolveu o entrevistado. O membro do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa, participou nas celebrações de abertura do Sínodo 2021-2024, integrando o grupo deste conselho. |