Vaticano: Papa recebeu missionários Scalabrinianos e destacou o serviço aos migrantes, a pastoral da esperança e a caridade

«A busca pelo futuro que anima o migrante, expressa uma necessidade de salvação que une a todos, independentemente da raça ou da condição» – Francisco

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 28 out 2024 (Ecclesia) – O Papa recebeu os participantes do XVI Capítulo Geral dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos) e destacou um carisma vivo na Igreja, “migrantes entre migrantes”, indicando mais dois aspetos desse serviço, a pastoral da esperança e a caridade.

“É bonito que na programação da futura pastoral missionária e caritativa em favor dos migrantes, vocês tenham escolhido inspirar-se no tema do Jubileu ‘Peregrinos da Esperança’”, assinalou o Papa.

A audiência aos participantes do XVI Capítulo Geral dos Missionários de São Carlos, na manhã desta segunda-feira, dia 28 de outubro, realizou-se na Sala do Consistório, no Vaticano.

No seu discurso, o Papa destacou três aspetos do serviço dos Scalabrinianos, os migrantes, o ministério pastoral da esperança, e a caridade, pedindo que não se esqueçam “que o migrante deve ser acolhido, acompanhado, promovido e integrado”, e, “atualmente, muitos países precisam de migrantes”.

“Não nos esqueçamos de que o migrante deve ser acolhido, acompanhado, promovido e integrado”, disse ainda o Papa, recordando que “atualmente muitos países precisam de migrantes”, que os italianos não fazem filhos e a idade média na Itália é de 46 anos.

“A Itália precisa de migrantes e deve acolhê-los, acompanhá-los, promovê-los e integrá-los. Precisamos dizer essa verdade”, realçou, lembrando a quebra na natalidade e que e a idade média na Itália é de 46 anos.

Foto: Vatican Media

Sobre o primeiro aspeto do serviço dos Scalabrinianos, os migrantes, Francisco salientou que “são mestres de esperança”, porque partem na esperança de ‘encontrar o pão de cada dia em outro lugar’, como dizia São João Batista Scalabrini, “e não desistem, mesmo quando tudo parece ‘ir contra eles’”.

“A tenacidade deles, muitas vezes sustentada pelo amor às famílias deixadas na sua pátria, ensina-nos muito, especialmente a vocês que, ‘migrantes entre migrantes’, como quis o seu fundador, compartilham o caminho deles”, acrescentou.

Sobre a pastoral da esperança, o Papa observou que, se por um lado a migração, “com o devido apoio, pode se tornar um momento de crescimento para todos”, por outro lado, se vivida na solidão e no abandono, “pode degenerar em dramas de desarraigamento existencial, de crise de valores e perspetivas”, e levar à perda da fé e ao desespero.

“As injustiças e a violência pelas quais passam tantos de nossos irmãos e irmãs, arrancados de seus lares, muitas vezes são tão desumanas que podem arrastar até mesmo os mais fortes para a escuridão do desânimo ou da sombria resignação. Para que não lhes falte a força e a resiliência necessárias para continuar os caminhos empreendidos, é preciso que alguém se debruce sobre suas feridas, cuidando de sua extrema vulnerabilidade física, espiritual e psicológica. São necessárias sólidas intervenções pastorais de proximidade, em nível material, religioso e humano.”

O terceiro e último aspeto dos missionários Scalabrinianos, destacado pelo Papa, foi a caridade, e Francisco recordou que o fundador da congregação, São João Batista Scalabrini, na véspera do Jubileu de 1900, disse: “O mundo geme sob o peso de grandes desgraças”.

“São palavras pesadas, mas, infelizmente, ainda muito atuais; no dramático confronto entre os interesses de quem protege a sua prosperidade e a luta de quem tenta sobreviver, fugindo da fome e das perseguições, perdem-se muitas vidas humanas, sob o olhar indiferente de quem se limita a assistir ao espetáculo, ou pior, especula na pele de quem sofre”, alertou.

Foto: Vatican Media

Congregação dos Missionários de São Carlos foi fundada na Itália, em 1887 pelo espírito missionário do Beato João Baptista Scalabrini, bispo e apóstolo dos migrantes, e, chegou a Portugal há mais de 50 anos, está na Amora, no concelho do Seixal, Diocese de Setúbal, desde 1971, onde têm o Seminário Scalabrini, que nasceu em 1991.

Segundo Francisco, O carisma Scalabriniano está vivo na Igreja. Isso é testemunhado por muitos jovens que, de vários países do mundo, continuam a se unir a vocês. Sejam gratos ao Senhor pela vocação que receberam

O 16.º Capítulo Geral da Congregação dos Missionários dos Scalabrinianos, começou com um tempo de retiro, no dia 2 de outubro, e teve início, oficialmente, no dia 7, está a decorrer em Rocca di Papa, na Itália, até esta quarta-feira, dia 30 de outubro.

No dia 18 de outubro, os capitulares reelegeram o padre Leonir Mário Chiarello (Brasil) como superior-geral, e escolheram os membros da direção geral da congregação religiosa; o conselho é constituído pelo padre Carlos Miguel Dias Caetano, sacerdote português, eleito primeiro conselheiro, vigário-geral e ecónomo, o padre Mariano Cisco e o padre Isaldo Antônio Bettin, são respetivamente o segundo e terceiro conselheiro, enquanto o padre Syrilus Madin, o quarto conselheiro, é também o procurador-geral.

CB

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Agência ECCLESIA

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