Matyla e a filha Marie, de seis anos, morreram na tentativa de chegar à Europa
Cidade do Vaticano, 17 nov 2023 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje, no Vaticano, um migrante camaronês que perdeu a mulher, Matyla, e a filha Marie, de seis anos, ambas mortas na travessia do deserto do norte de África, tentando chegar à Europa.
“Rezei muito por elas”, disse Francisco.
O Vaticano informou, em comunicado enviado aos jornalistas, que o encontro decorreu na Casa de Santa Marta.
Mbengue Nyimbilo Crepin, mais conhecido como Pato, perdeu a sua família em julho deste ano, depois de ser detido e levado de volta ao deserto entre a Líbia e a Tunísia, pelas autoridades tunisinas.
“Junto com outras 30 pessoas, sem água e com um calor de 50 graus, o grupo separou-se; a sua esposa e filha acabaram por não resistir às duras condições”, acrescenta a nota.
O migrante camaronês estava acompanhado pelo padre Mattia Ferrari, que, como capelão, participou em muitas missões de resgate da ONG “Mediterranea Saving Humans”, outros migrantes e colaboradores de associações e instituições comprometidas com o acolhimento e integração de refugiados.
O encontro contou com a presença do cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé).
“Num clima de comoção, por causa da história, o Papa Francisco ouviu palavras de gratidão pelo encontro e relatos dolorosos das milhares de pessoas que sofrem na sua tentativa de chegar à Europa”, acrescenta o Vaticano.
David, do Sudão do Sul, que trabalha ao lado de prisioneiros em campos de detenção no norte da África, agradeceu a Francisco pelo seu encorajamento e pronunciamentos em favor dos migrantes: “Não nos dá apenas um sonho, o senho acolhe-nos”.
Antes de se despedir, o Papa rezou pelos presentes, pedindo ao Senhor que cuide daqueles que “trabalham para os outros”, dos que estão em campos de detenção e “dos muitos, muitos que sofrem”.
OC