Igreja vai prosseguir trabalho de prevenção e combate a casos de abusos sexuais sem dar «um passo atrás»
Cidade do Vaticano, 13 mar 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou em entrevista à televisão mexicana ‘Televisa’ que a Igreja Católica vai prosseguir a política de “tolerância zero” em relação a casos de abusos sexuais de menores.
“Nisto é preciso avançar e não dar um passo atrás que seja. Destruir uma criatura é horrível, é horrível”, declarou, durante uma conversa de hora e meia divulgada hoje, dia do segundo aniversário da eleição do sucessor de Bento XVI.
Francisco agradece o caminho começado pelo Papa emérito e por João Paulo II, que tiveram a “coragem” de abordar estes casos em público e dar “luz verde” para a sua investigação.
O Papa argentino explica, por outro lado, que a nova comissão criada para estas situações tem como objetivo a “proteção do menor”, a prevenção, e não o tratamento de cada caso.
“O problema do abuso de menores é um problema grave”, sublinha.
Segundo Francisco, basta “um só padre” estar envolvido num caso destes para que toda a estrutura da Igreja se tenha de movimentar para “enfrentar o problema”.
“O padre tem a obrigação de fazer crescer este menino, esta menina, na santidade, no encontro com Jesus. E o que faz é destruir o encontro com Jesus”, lamenta.
Nesse sentido, considera que os abusadores são “antropófagos”, que destruíram os menores.
“Ainda que seja um só padre, é o suficiente para nos envergonharmos e fazer o que tem feito”, insiste.
O Papa defende a o encontro com quem sofreu abusos, como ele próprio já fez, para ter noção da “destruição interior” provocada nas vítimas.
OC