Cidade do Vaticano, 24 nov 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco defendeu hoje no Vaticano que as igrejas tenham uma clara marca de gratuidade, evitando tudo o que possa dar uma impressão de “comércio” com a salvação das almas.
“Quantas vezes, com tristeza, entramos num templo, por exemplo, numa paróquia, não sei, numa casa episcopal, e não sabemos se estamos na casa de Deus ou num supermercado”, disse na homilia da Missa a que presidiu na Capela da Casa de Santa Marta.
O Papa aludiu à “lista de preços para os sacramentos” como exemplo de sinais comerciais, “onde falta a gratuidade”.
“Deus salvou-nos gratuitamente, não nos fez pagar nada”, assinalou.
Francisco antecipou a objeção de ser necessário dinheiro para manter as estruturas.
“Dá a gratuidade e Deus fará o resto, Deus fará aquilo que falta”, aconselhou.
O Papa recomendou que as igrejas “sejam de serviço, gratuitas” e pediu também vigilância e purificação, porque “o mais importante” é o coração de cada pessoa.
“Dentro de nós habita o Espírito Santo mas o que é que acontece no meu coração? Aprendi a vigiar dentro de mim para que o meu coração seja apenas para o Espírito Santo?”, perguntou.
Nesse âmbito, Francisco referiu-se também ao templo que são as outras pessoas em contraste com a atenção que se dá às igrejas e ao seu embelezamento, relembrando que São João Crisóstomo (arcebispo de Constantinopla, ano 407) repreendia quem fazia ofertas para decorar e não cuidavam daqueles que necessitavam.
“Jesus está presente de modo especial nos doentes, naqueles que sofrem, nos famintos, nos presos”, observou, numa intervenção divulgada pela Rádio Vaticano.
CB/OC