Francisco apela à coragem de ir para lá dos limites
Cidade do Vaticano, 12 mai 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje que os católicos construam uma Igreja de portas abertas e sejam dóceis às surpresas do Espírito Santo, numa homilia em que usou os marcianos como imagem do imprevisível.
“Se amanhã chegasse uma expedição de marcianos, por exemplo, e um deles viesse ter connosco – sim, marcianos, verdade, com o nariz comprido e as orelhas grandes, como são pintados pelas crianças -, e dissesse: ‘Eu quero o Batismo’. O que é que aconteceria?”, perguntou, durante a Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.
A intervenção evocava a conversão dos primeiros cristãos vindos do mundo considerado pagão, uma prova de que o Espírito Santo faz a Igreja ir “para lá dos limites, em frente”.
“Quem somos nós para fechar às portas?”, questionou Francisco.
A homilia recordou os momentos de tensão vividos no seio da comunidade cristã primitiva, por causa da aproximação de pessoas vindas de fora do judaísmo.
“Quando o Senhor nos faz ver o caminho, quem somos nós para dizer: ‘Não, Senhor, não é prudente, não façamos assim’?”, acrescentou.
O Papa falou do Espírito Santo como “a presença viva de Deus na Igreja”, que a conduz.
“Não se pode compreender a Igreja de Jesus sem este Paráclito, que o Senhor nos envia para isso. E faz estas opções impensáveis, mas impensáveis”, declarou.
Em conclusão, Francisco convidou todos a rezar para “pedir ao Senhor a graça da docilidade ao Espírito Santo”.
RV/OC