Bento XVI explorou a espiritualidade do Natal e Epifania na primeira audiência geral de 2012
Cidade do Vaticano, 04 jan 2012 (Ecclesia) – Bento XVI cumpriu esta manhã, no Vaticano, a primeira audiência geral de 2012, tendo convidado os católicos a ganharem “uma consciência mais viva” da sua “missão” e “responsabilidade perante o mundo” para “testemunhar” a mensagem evangélica.
A intervenção do Papa, enviada à Agência ECCLESIA, foi dedicada às celebrações do Natal e da Epifania: a primeira “celebra o facto histórico do nascimento de Jesus em Belém”, enquanto que a segunda, nascida como festa no Oriente europeu, aponta para a revelação de Deus “na natureza humana de Cristo”.
A Epifania, palavra de origem grega que significa ‘brilho’ ou ‘manifestação’, evoca “uma pluralidade de acontecimentos” relatados na Bíblia: a adoração dos Magos, o batismo de Jesus no rio Jordão, que inclui a revelação de Deus Pai, e o milagre nas Bodas de Caná, quando Cristo transformou água em vinho, explicou Bento XVI.
“Na festa do Natal sublinha-se o escondimento de Deus na humildade da condição humana, no Menino de Belém”, ao passo que na Epifania, popularmente conhecida como Dia de Reis, “evidencia-se a sua manifestação, o aparecimento”, afirmou.
[[v,d,2791,]]Para Bento XVI o tempo do Natal, que começa na tarde de 24 de dezembro e termina com a festa do Batismo de Jesus, celebrada este ano em Portugal a 9 de janeiro, é um período “breve mas denso de celebrações”, pontuado pela alegria e pela luz.
“A alegria é a primeira reação diante da extraordinária ação de Deus que se faz homem. Esta alegria nasce da admiração de ver que Deus age na história permitindo-nos contemplar o Seu rosto ao olhar para aquele menino humilde”, disse o Papa em português.
A liturgia natalícia destaca o “admirável intercâmbio” entre o divino que desce e o ser humano que se eleva, além de revelar ao homem “a sua dignidade mais profunda, a de ser filho de Deus”.
“Naquele bebé, precisado de tudo, está o que Deus é, eternidade, força, santidade, alegria, que se unem ao que nós somos: debilidade, pecado, sofrimento, morte”, acrescentou.
A liturgia do Natal está igualmente “permeada de luz” porque “a vinda de Cristo dissipa as trevas do mundo, difundindo no rosto dos homens o esplendor de Deus Pai”, convidando os fiéis a recebê-la e a “levá-la aos demais”.
“O Natal é um convite a contemplar no Menino Jesus o Mistério de Deus que se faz homem na humildade e pobreza, e, sobretudo, a acolher em nós mesmos este Menino, que é o Cristo Senhor, para fazer com que os seus sentimentos, pensamentos e ações sejam também os nossos”, disse Bento XVI na saudação em português.
O Papa pediu aos peregrinos de língua portuguesa para serem “portadores da alegria, novidade e luz de Deus manifestadas no Natal” e desejou-lhes, “de todo o coração”, um “Ano Novo abençoado”.
A Epifania celebra-se a 6 de janeiro nos países em que é feriado civil, enquanto que nos outros se assinala no domingo entre 2 e 8 de janeiro.
Nas missas desse dia há o antigo costume de proclamar, depois do Evangelho, o calendário das principais festas cristãs móveis do ano, a começar pela Páscoa.
RJM