Vaticano: Papa propõe amnistia a presos para assinalar fim do Jubileu da Misericórdia

Francisco deixa ainda mensagem de estímulo à próxima cimeira do clima, em Marraquexe

Cidade do Vaticano, 06 nov 2016 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje no Vaticano a uma amnistia para presos, para assinalar o fim do Jubileu da Misericórdia (20 de novembro), e recordou ainda a próxima cimeira do clima (COP22), que vai decorrer em Marraquexe.

Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco recordou a celebração do Jubileu dos Reclusos, que se concluiu esta manhã, com a presença de presos e ex-detidos de vários países, incluindo Portugal.

“Coloco à consideração das competentes autoridades civis de cada país a possibilidade de realizar um ato de clemência, neste Ano Santo da Misericórdia, para com os presos que se considerassem idóneos a beneficiar deste procedimento”, declarou, após a recitação da oração do ângelus.

O Papa tinha deixado já um apelo em favor da “melhoria de condições de vida nas prisões, para que seja respeita plenamente a dignidade humana dos detidos”.

Francisco sustentou uma mudança de visão na justiça penal, para que esta não seja “exclusivamente punitiva”, mas “aberta à esperança e à perspetiva de reinserir o réu na sociedade”.

A intervenção recordou a realização da COP 22, que começa esta segunda-feira na cidade marroquina de Marraquexe, e a entrada em vigor, a 4 de novembro, do Acordo de Paris, sobre as alterações climáticas.

“Este importante passo em frente mostra que a humanidade tem a capacidade de colaborar para a salvaguarda da criação, para colocar a economia ao serviço das pessoas para construir a paz e a justiça”, referiu o pontífice argentino, que em 2015 assinou a encíclica ecológica ‘Laudato si’.

Francisco espera que a cimeira de Marraquexe seja guiada pela “consciência” da responsabilidade de todos “no cuidado da casa comum”.

Antes de despedir-se dos peregrinos e visitantes, o Papa evocou a beatificação, este sábado, de 38 mártires albaneses, “vítimas da duríssima perseguição” do regime comunista no século XX.

“Que o seu exemplo nos ajude a encontrar no Senhor a força que sustenta nos momentos de dificuldade que inspira atitudes de bondade, de perdão e de paz”, concluiu.

OC

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Agência ECCLESIA

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