Núncio apostolico em Damasco destaca vontade da Igreja Católica em estar «na linha da frente» de uma busca de soluções
Cidade do Vaticano, 02 out 2014 (Ecclesia) – Começou hoje no Vaticano um encontro de três dias dedicado à crise no Médio Oriente, em que o Papa Francisco vai reunir com todos os representantes da Santa Sé na região e com os superiores da Cúria Romana.
O núncio apostólico em Damasco, na Síria, destaca a importância da iniciativa para definir qual “o plano da Igreja” para a situação atual no Médio Oriente, em que o seu país, a par de nações como o “Iraque, o Líbano e a Jordânia” estão a enfrentar um clima de “violência e terrorismo”.
“Num momento em que a comunidade internacional é chamada a agir para vencer este flagelo e encontrar uma solução aos conflitos, a Igreja está na linha de frente com seus próprios meios”, realça o arcebispo Mario Zenari.
Para o representante diplomático da Santa Sé, “a Igreja, que não tem armas bélicas, tem uma arma espiritual que é muito, muito eficaz” e nesse âmbito é chamada “a utilizar meios como a oração, buscar o encontro com as pessoas, favorecer a reflexão”.
O programa do encontro prevê a partilha dos problemas que afetam atualmente também as comunidades cristãs do Médio Oriente, muitas delas perseguidas devido à sua fé.
D. Mario Zenari, que há seis anos desempenha a função de representante da Santa Sé em Damasco, acredita que o evento dará um novo alento não só aos cristãos mas a “todas as pessoas que aspiram, anseiam e esperam com impaciência uma solução para os conflitos sangrentos que decorrem naquela região”.
No que toca a Síria, o arcebispo mostra-se esperançado numa solução para o país, que permita o “retorno à convivência pacífica entre as religiões”.
“As premissas são boas, antes de tudo a nível das pessoas”, sustenta o prelado, para quem as “três religiões monoteístas presentes na região”, o cristianismo, o islamismo e o judaísmo, têm “um papel fundamental” a desempenhar na resolução dos problemas.
Durante a reunião com o Papa, “reforçar” esse diálogo inter-religioso também será uma das prioridades, adianta D. Mario Zenari.
Além dos núncios da Síria, Iraque, Jordânia, Irão, Líbano, Egito, Turquia, Israel, Jerusalém, Palestina, o encontro no Vaticano conta até sábado com a presença dos superiores da Cúria Romana e dos representantes da Santa Sé junto das Nações Unidas e da União Europeia.
Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, o Papa manifestou a sua preocupação com a “situação de guerra” que se vive em muitos lugares e pelo terrorismo.
Francisco aludiu ao “problema do tráfico de armas” e à tragédia humana que atinge milhares de pessoas obrigadas a deixar a sua própria casa, convidando à oração e a iniciativas de solidariedade para com a Igreja no Médio Oriente.
RV/JCP/OC
Notícia atualizada às 14h00