Vaticano: Papa preocupado com falta de transparência no financiamento de partidos políticos

Francisco concedeu entrevista a boletim paroquial de bairro de lata em Buenos Aires

Cidade do Vaticano, 10 mar 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco concedeu uma entrevista ao boletim paroquial ‘La Cárcova News’, do bairro de lata homónimo em Buenos Aires, na qual manifesta a sua preocupação com a falta de transparência no financiamento de partidos políticos.

“Uma das coisas que temos de conseguir e oxalá o consigamos fazer é uma campanha eleitoral de tipo gratuito, não financiada, porque no financiamento das campanhas eleitorais entram muitos interesses que depois ‘passam fatura’”, declarou Francisco.

O Papa pede aos políticos que tenham “honestidade” ao apresentar as suas posições e que sejam “independentes” de qualquer interesse financeiro.

“Que o financiamento seja público: dessa forma, eu, cidadão, sei que financio este candidato com esta determinada quantia de dinheiro. Que seja tudo transparente e limpo”, acrescentou.

A entrevista, republicada hoje pelo jornal católico italiano ‘Avvenire’, surge no boletim informativo da paróquia dirigida pelo padre José María di Paola, conhecido como ‘padre Pepe’, que se dedica ao trabalho pastoral nos bairros pobres dos subúrbios da capital argentina e é visto como filho espiritual do atual Papa.

As perguntas foram colocadas pelo padre José María di Paola durante uma visita ao Vaticano, em fevereiro, a partir de questões sugeridas pelas pessoas que vivem na paróquia e as respostas saíram esta segunda-feira, dia em que o boletim é habitualmente distribuído.

Francisco centra-se na realidade da Argentina, que vai ter eleições presidenciais em outubro deste ano, mostrando-se preocupado com o aumento dos problemas ligados ao tráfico e produção de droga no país.

“É verdade, a droga avança e não para. Existem países que já são escravos da droga”, alertou, lamentando o “triunfalismo” dos traficantes.

O Papa avança a intenção de visitar o seu país natal em 2016, embora ainda não tenha programa definido.

A entrevista retoma várias reflexões do atual pontífice sobre a importância das periferias, a necessidade de apostar na educação e na transmissão da fé às novas gerações.

Os habitantes de Cárcova mostram-se preocupados com eventuais ameaças à vida do Papa, ao que este responde simplesmente que a sua vida “está nas mãos de Deus”.

OC

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