Leão XIV, «seguindo o Papa Francisco», convidou-os também «a cuidar da casa comum, a preservar a beleza da Ilha Grande»

Cidade do Vaticano, 16 jun 2025 (Ecclesia) – O Papa Leão XIV recebeu os bispos de Madagáscar (África), que estão em peregrinação jubilar a Roma, e incentivou-os a “não desviarem o olhar dos pobres” e a “cuidar da casa comum”, esta segunda-feira, no Vaticano.
“Exorto a não desviarem o olhar dos pobres: eles estão no centro do Evangelho e são os destinatários privilegiados do anúncio da Boa Nova. Que possais reconhecer neles o rosto de Cristo e que a vossa ação pastoral seja sempre animada por uma preocupação concreta pelos mais pequenos”, disse Leão XIV, no discurso publicado pela sala de imprensa da Santa Sé, onde destacou o “significado particular” desta audiência por ser “o primeiro encontro”.
Na mensagem para o Dia Mundial dos Pobres 2025, divulgada no dia litúrgico de Santo António (13 de junho), patrono dos pobres, o Papa afirmou os pobres “não são um passatempo para a Igreja”, e que “a pobreza tem causas estruturais que devem ser enfrentadas e eliminadas”.
Aos bispos de Madagáscar, Leão XIV, seguindo o Papa Francisco, convido-os também “a cuidar da casa comum, a preservar a beleza da Ilha Grande”, uma “beleza e fragilidade” que lhes foram confiadas.
“Cuidar da nossa casa é parte integrante da vossa missão profética. Cuida da criação que geme e ensina aos teus fiéis a arte de a proteger com justiça e paz”, acrescentou, no Palácio Apostólico, no Vaticano.
O Papa, que manifestou também o seu contentamento pela partilha das “alegrias e as provações pastorais” dos bispos de Madagáscar, afirmou que a proximidade “ao povo de Deus é um sinal vivo do Evangelho”, e encorajou cada um no “ministério episcopal, especialmente a cuidar dos sacerdotes, que são os primeiros colaboradores e os irmãos e irmãs mais próximos, bem como dos religiosos e religiosas que se dedicam ao serviço”.
“Dou graças pela vitalidade missionária das vossas Igrejas particulares, herdeiras do testemunho dos Santos que, ao levar o Evangelho a esta terra distante, não temeram a rejeição nem a perseguição. Gostaria de recordar Henri de Solages, o primeiro missionário que não se deixou desencorajar pelo fracasso e pela prisão, ou o santo mártir Jacques Berthieu, cujo sangue foi semente de cristãos em Madagáscar”, desenvolveu.
Leão XIV partilhou também admiração pela decisão de os bispos de Madagáscar terem realizado esta peregrinação jubilar do Ano Santo 2025 em conjunto, que “é um belo sinal de unidade”, e citou o Papa Francisco, que sentem “espiritualmente presente neste momento”, lembrando que “visitou o país em 2019 e, três anos depois, os acolheu em Visita ad limina Apostolorum”.
“É bom que vos tenhais tornado peregrinos da esperança, juntamente com os milhares e milhares de fiéis que diariamente atravessam as Portas Santas das basílicas papais. Sois, antes de mais, peregrinos da esperança para vós mesmos: vós que sois pastores, recordastes que sois, antes de mais, ovelhas do rebanho, a quem Cristo diz: “Eu sou a porta das ovelhas. [Se alguém entrar por mim, será salvo, entrará e sairá e encontrará pastagens” (Jo 10,7.9)”, desenvolveu no seu discurso.
Ao mesmo tempo, assinalou o Papa aos bispos de Madagáscar, “tornastes-vos peregrinos de esperança para o vosso povo, para as famílias, para os idosos, as crianças, os jovens”.
“Que o vosso ministério neste Jubileu, para além das provações, os ajude a acender os horizontes sempre novos da esperança oferecida por Cristo.”
Em Madagáscar, o bispo da Diocese de Mananjary é português, D. José Alfredo Caires chegou ao país africano em 1982, como missionário Dehoniano, e foi nomeado bispo, por São João Paulo II, em 2000.
CB/OC