Vaticano: Papa pediu anúncio de Jesus Cristo «com clareza e imensa caridade» na região pan-amazónica

Leão XIV destacou também «o tratamento justo» dos povos que habitam a região, e «o cuidado da casa comum»

Foto: CEAMA; Missa no primeiro dia do Encontro dos bispos da Pan-Amazónia

Cidade do Vaticano, 19 ago 2025 (Ecclesia) – O Papa Leão XIV pediu um anúncio de Jesus Cristo “com clareza e imensa caridade” ao Encontro de Bispos da Pan-Amazónia, que decorre em Bogotá (Colômbia), a quem indicou três dimensões que estão interligadas com a “ação pastoral”.

“É necessário que Jesus Cristo, em quem se recapitulam todas as coisas (cf. ef 1,10), seja anunciado com clareza e imensa caridade entre os habitantes da Amazónia, de tal forma que temos de nos esforçar por lhes dar o pão fresco e límpido da Boa Nova e o alimento celeste da Eucaristia, único meio para ser verdadeiramente o povo de Deus e o corpo de Cristo”, explica o Papa, no telegrama divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé.

Na mensagem, assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, o Papa agradece aos bispos da região Pan-Amazónica “o esforço” para promover “o maior bem da Igreja em favor dos fiéis do amado território amazónico”.

Leão XIV, que foi missionário e bispo no Perú, exorta também a “procurar, com base na unidade e na colegialidade própria de um ‘organismo episcopal’ (cf. documento final do Sínodo Especial para a Amazónia, 115), como “ajudar de forma concreta e eficaz” os bispos diocesanos e os vigários apostólicos.

O Encontro de Bispos da Pan-Amazónia, com mais de 90 bispos de 76 jurisdições eclesiásticas dos nove países amazónicos, que está a decorrer em Bogotá, na Colômbia, até 20 de agosto, começou este domingo, dia 17, e foi convocado pela Conferência Eclesial da Amazónia (CEAMA); o telegrama do Papa foi dirigido ao presidente da CEAMA, o cardeal Pedro Ricardo Barreto Jimeno, arcebispo emérito de Huancayo, Perú.

Foto: CEAMA; Encontro dos bispos da Pan-Amazónia

O Papa convidou os participantes deste encontro a terem presentes três dimensões que estão “interconectadas na ação pastoral” da região amazónica: “a missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos os homens (cf. decreto ad gentes, 1), o tratamento justo aos povos que ali habitam, e o cuidado da casa comum.

Segundo Leão XIV, “não menos evidente” é o direito e o dever de cuidar da ‘casa’ que Deus Pai confiou como administradores solícitos, de modo que “ninguém destrua irresponsavelmente” os bens naturais que falam da bondade e beleza do criador, “nem, muito menos, se submeta a eles como escravo ou adorador da natureza”.

A região pan-amazónica tem uma extensão de 7,8 milhões de km2, incluindo áreas do Brasil, Bolívia, Perú, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa; dos seus cerca de 33 milhões de habitantes, 3 milhões são indígenas pertencentes a 390 grupos ou povos.

O Vaticano anunciou, no dia 20 de outubro de 2021, que o Papa Francisco instituiu canonicamente a Conferência Eclesial da Amazónia, fruto do Sínodo especial para esta região (2019), que inclui leigos, agentes pastorais, mulheres e indígenas.

O Sínodo especial para a região Pan-Amazónica, com o tema ‘Amazónia: Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral’, convocado por Francisco, decorreu no Vaticano, de 6 a 27 de outubro de 2019; o Papa argentino escreveu a exortação apostólica ‘Querida Amazónia’.

CB

 

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