Vaticano: Papa pede unidade na Igreja e entre comunidades cristãs

Francisco diz que católicos são mais do que associação «assistencial, cultural ou política»

Cidade do Vaticano, 19 jun 2013 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje no Vaticano que os católicos devem procurar a unidade no seio da Igreja e no diálogo com outras comunidades cristãs, afirmando a sua identidade específica perante a sociedade.

“A Igreja não é uma associação assistencial, cultural ou política, mas é um corpo vivo, que caminha e age na história, e este corpo tem uma cabeça, Jesus, que o guia”, disse, na audiência pública semanal que reuniu dezenas de milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

Francisco observou que “quando se separa a cabeça do resto do corpo, a pessoa não pode sobreviver” para defender que o mesmo acontece com a Igreja”.

“Temos de permiti que Jesus atue em nós, que a sua Palavra nos guie, que a sua presença eucarística nos alimente, nos anime, que o seu amor dê força ao nosso amar ao próximo”, precisou.

Neste contexto, o Papa convidou a superar “personalismos e divisões na Igreja” para que as pessoas se possam, “entender-se melhor, harmonizar as diferenças e riquezas de cada um”.

Francisco falou das figuras do Papa e dos bispos como “instrumentos de unidade e comunhão” aos quais cada católico deve estar unido, para fazer “parte da Igreja”.

“A unidade é superior aos conflitos, é uma graça que temos de pedir ao Senhor para que nos liberte das tentações da divisão, das lutas entre nós, do egoísmo. Quanto mal fazem à Igreja as divisões entre cristãos, o colocar-se à parte, os interesses mesquinhos”, declarou.

“Não sigamos a estrada das divisões, entre nós. Não: todos unidos!”, acrescentou.

O Papa deixou votos de que seja possível levar essa unidade também à relação entre Igrejas e comunidades cristãs, revelando aos presentes que tinha esta a rezar com um pastor evangélico, durante vários minutos, antes da audiência geral.

“Nós devemos rezar entre nós, católicos, e também com os cristãos, rezar para que o Senhor nos dê a unidade, a unidade entre nós. Mas como teremos a unidade entre cristãos se não somos capazes de a ter entre nós, católicos, de a ter na família?”, questionou, numa passagem improvisada da sua intervenção.

Francisco dirigiu uma “cordial saudação” ao grupo de jurisprudentes católicos de língua portuguesa e aos peregrinos dos vários países lusófonos: “Que esta peregrinação aos túmulos dos Apóstolos São Pedro e São Paulo fortaleça, nos vossos corações, o sentir e o viver com a Igreja, sob o terno olhar da Virgem Mãe”.

“Aprendei com Ela a ler os sinais de Deus na história, para serdes construtores de uma nova humanidade. Com estes votos, invoco sobre vós e vossas famílias a abundância das bênçãos do Céu”, acrescentou.

Após a audiência, o Papa deixou uma mensagem na sua conta da rede social Twitter (@Pontifex) aos cerca de sete milhões de seguidores em nove línguas: “Um cristão está pronto a anunciar o Evangelho, porque não pode reter em si mesmo a alegria que nasce do conhecimento de Cristo”.

O Vaticano revelou ainda que Francisco se encontrou, em privado, com os participantes do encontro promovido pelo Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso e o Fórum Islâmico Internacional para o Diálogo (Arábia Saudita).

OC

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