Leão XIV recebeu responsáveis diplomáticos que participaram no Jubileu da Santa Sé

Cidade do Vaticano, 10 jun 2025 (Ecclesia) – O Papa desafiou hoje os núncios apostólicos (embaixadores da Santa Sé) a desempenhar a sua missão “ao lado dos últimos”, em favor da paz.
“Conto convosco para que, nos países onde vivem, todos saibam que a Igreja está sempre pronta a tudo por amor, que está sempre do lado dos últimos, dos pobres, e que sempre defenderá o direito sacrossanto de acreditar em Deus, de acreditar que esta vida não está à mercê dos poderes deste mundo, mas é atravessada por um sentido misterioso”, referiu, ao receber os representantes pontifícios que participaram no Jubileu da Santa Sé, esta segunda-feira.
Falando na Sala Clementina do Palácio Apostólico, perante 98 núncios apostólicos e cinco observadores permanentes, o Papa sustentou que “só o amor é digno de fé, diante do sofrimento dos inocentes, dos crucificados de hoje”.
“Muitos de vocês conhecem-nos pessoalmente, porque servem povos vítimas de guerras, de violência, de injustiças, ou mesmo daquele falso bem-estar que ilude e desilude”, acrescentou.
Perante responsáveis diplomáticos presentes nos cinco continentes, Leão XIV pediu que representantes da Santa Sé sejam pessoas capazes de “construir relações” e apresentem “o olhar de Pedro”, ou seja, do próprio Papa.

Simbolicamente, o pontífice ofereceu aos participantes um anel com a frase ‘sum umbra petri’ (sob a sombra de Pedro), para simbolizar a ligação dos núncios à figura do bispo de Roma.
“Somente na obediência e na comunhão efetiva com o Papa o vosso ministério poderá ser eficaz para a edificação da Igreja, em comunhão com os bispos locais”, recomendou.
Leão XIV disse aos presentes que foram enviados pelo Papa para ser “instrumentos de comunhão, de unidade, a serviço da dignidade da pessoa humana.
Na sua saudação inicial, secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin agradeceu ao pontífice por ter confirmado o encontro com os núncios, já marcado por Francisco, e por ter estabelecido que se repita regularmente, num prazo de três anos.
O Papa considerou que o papel dos embaixadores da Santa Sé é “insubstituível”.
“Muitas coisas não poderiam acontecer na Igreja se não fosse pelo sacrifício, pelo trabalho e por tudo o que fazem, permitindo que uma dimensão tão importante da grande missão da Igreja prossiga, precisamente no caso de que falava, ou seja, a seleção de candidatos ao episcopado. Muito obrigado”, declarou.
A diplomacia da Santa Sé constitui, no seu próprio pessoal, um modelo – certamente não perfeito, mas muito significativo – da mensagem que propõe, ou seja, a da fraternidade humana e da paz entre os povos”.
Sublinhando que está a “dar os primeiros passos” no ministério, Leão XIV quis agradecer pela “documentação, as reflexões e as sínteses” preparadas pela rede das representações pontifícias.
Na conclusão do encontro, à imagem do que tinha feito esta segunda-feira, o Papa realçou a importância da santidade, evocando o exemplo de santos que estiveram ao serviço diplomático da Santa Sé, como São João XXIII e São Paulo VI.
OC
Vaticano: «A melhor maneira de servir a Santa Sé é esforçarmo-nos por ser santos» – Leão XIV