Vaticano: Papa pede que «poesia e espontaneidade» dos cânticos de Natal sejam preservadas do «modelo comercial e consumista»

Francisco recebeu em audiência os artistas do Concerto de Natal do Vaticano deste ano. 

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 16 dez 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje, no Vaticano, que se contrarie “o modelo comercial e consumista” que afeta o Natal, de forma que não atinja também os cânticos que fazem parte desta quadra.

“A tendência do modelo tecnocrático é homogeneizar, uniformizar. Mas a arte é outra coisa, e os cânticos de Natal são para ser cantados com essa arte que vem do coração. Sabemos, infelizmente, que o Natal também é vítima deste modelo comercial e consumista. Ajudai-nos a defendê-lo deste abuso. Que os cânticos de Natal conservem pelo menos essa poesia e espontaneidade que lhes dá tanta vida”, referiu, em audiência com os artistas que este sábado atuam no Concerto de Natal, adianta a Santa Sé.

A iniciativa é patrocinada pela Fundação Pontifícia Gravissium Educationis – Cultura para a Educação, tendo Francisco saudado o bispo Tighe e os organizadores do concerto.

No discurso que proferiu perante os cerca de 135 músicos, o Papa falou sobre as canções populares que “são parte integrante das culturas” e que “desde os tempos mais remotos, os seres humanos transmitem histórias e orações sob a forma de cânticos”.

“O Natal é talvez a festa mais rica em canções populares”, afirmou Francisco, que, dirigindo-se aos artistas, lhes disse que também eles fazem parte desta tradição: “Emprestais as vossas vozes a famosas melodias de Natal; e cada um traz a sua originalidade, o seu ‘timbre’”.

“E isto é belo: há uma mensagem antiga e sempre nova, a do nascimento de Jesus, o Salvador, e há diferentes vozes, de diferentes partes do mundo, que se juntam para fazer ressoar esta mensagem. E fazem-no com estilos diferentes, a partir de culturas e línguas diferentes. Porque o Evangelho do Natal é único, mas não pode ser cantado de maneira uniforme”, acrescentou.

Depois de ter lembrado, ainda durante a manhã, os habitantes da Terra Santa no encontro com os figurantes do Presépio Vivo da Basílica de Santa Maria Maior, o Papa voltou a pronunciar-se sobre o drama da guerra.

“Sei que hoje também cantareis pensando naqueles que vivem nestes dias na dor e no medo por causa da guerra. Tantas guerras! Infelizmente também na terra de Jesus. Também por isso vos agradeço e vos abençoo”, assinalou.

LJ/PR

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