Missa na capela da Casa de Santa Marta com participação de alunos do Colégio Português
Cidade do Vaticano, 14 mai 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje no Vaticano para os perigos do “egoísmo” na Igreja Católica e pediu que os cristãos tenham um “coração grande” que recusa as ideologias.
“O ideólogo não sabe o que é o amor, porque não sabe dar-se”, referiu, na homilia da missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta, com a participação de alunos do Pontifício Colégio Português de Roma.
O Papa partiu de uma passagem do Evangelho em que Judas critica Maria Madalena por esta ter lavado os pés de Jesus com perfume, dizendo que o dinheiro poderia ter sido usado em favor dos pobres.
“Esta é a primeira referência que encontrei, no Evangelho, à pobreza como ideologia”, alertou.
Judas, prosseguiu Francisco, estava “separado, na sua solidão” e a sua atitude egoísta cresceu até à “traição de Jesus”.
O discípulo que entregou Cristo acabou por transformar-se num “idólatra, agarrado ao dinheiro”, porque foi alguém que isolou a “consciência no egoísmo” e a perdeu.
“Esta idolatria levou-o a isolar-se da comunidade dos outros. Este é o drama da consciência isolada: quando um cristão começa a isolar-se, também isola a sua consciência do sentido comunitário, do sentido da Igreja, do amor que Jesus dá”, observou.
Para Francisco, foi neste processo que Judas cedeu a “Satanás”.
“Temos de dizê-lo: Satanás é um mau pagador, engana-nos sempre, sempre”, realçou.
O Papa pediu que os cristãos saibam “viver a vida como um dom” que se dá aos outros e não como “um tesouro a conservar”.
“Ninguém tem um amor mais forte do que isto: dar a sua vida”, precisou.
A poucos dias da celebração do Pentecostes, a festa do Espírito Santo que a Igreja assinala este domingo, Francisco rezou para que este liberta os católicos “do egoísmo”, um caminho que “acaba mal”.
RV/OC