Cidade do Vaticano, 09 jan 2017 (Ecclesia) – O Papa defendeu hoje no Vaticano a criação de “oportunidades de emprego”, especialmente para os mais jovens, e a luta contra as desigualdades sociais.
Francisco falava no discurso anual aos membros do corpo diplomático acreditado na Santa Sé, lembrando que “demasiadas pessoas, especialmente crianças”, sofrem por causa da pobreza e da fome.
O discurso lembrou que, há 100 anos, o mundo vivia um período negro de guerra e que, ainda hoje, a paz é para muitos “apenas uma miragem distante”.
“Milhões de pessoas vivem ainda no meio de conflitos sem sentido. Mesmo em lugares outrora considerados seguros, nota-se uma sensação geral de medo”, lamentou.
O Papa convidou os líderes políticos a rejeitar ideologias que procurem fomentar “o desprezo e o ódio”.
Apresentando a misericórdia como “valor social”, o pontífice agradeceu a todos os chefes de Estado ou de Governo que responderam positivamente ao seu convite de realizar “um ato de clemência para com os reclusos” durante o último Jubileu (novembro 2015-dezembro 2016).
“É na perspetiva da misericórdia e da solidariedade que se coloca o empenho convicto da Santa Sé e da Igreja Católica por afastar os conflitos ou acompanhar processos de paz, reconciliação e busca de soluções negociadas para os mesmos”, disse depois.
A intervenção pediu que se respeitem os compromissos assumidos no Acordo de Paris sobre o clima, que entrou recentemente em vigor, promovendo uma “cooperação cada vez mais ampla” perante os problemas colocados pelas alterações climáticas.
O encontro decorreu na Sala Régia do Palácio Apostólico do Vaticano e começou com uma saudação do decano do corpo diplomático, Armindo Fernandes do Espírito Santo Vieira, embaixador de Angola.
O diplomata angolano evocou o centenário das Aparições de Fátima, semente de “boa vontade e de perdão” para “uma verdadeira transformação pessoal”.
OC